segunda-feira, 28 de setembro de 2009

UFC 107: Entrevista exclusiva com Paulo Thiago

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O lutador peso meio médio (até 77Kg) do UFC, Paulo Thiago, tem trabalhado duro para melhorar todos os aspectos de seu jogo no MMA. A fera revelou que esteve treinando na Califórnia para o seu próximo desafio no Ultimate contra Thiago Alves, o “Pitbull”, combate que será uma das atrações do UFC 107 (leia mais). O policial do BOPE falou ainda sobre sua luta contra Jon Fitch, sua evolução como atleta e muito mais. Confira na íntegra com exclusividade.

Brasil Combate: Olá, Paulo, tudo bem?

Paulo Thiago: Não poderia estar melhor!

Brasil Combate: Como tem sido o seu treinamento desde a sua última luta? Você tem frequentado outras academias fora de Brasília e dado ênfase a outros aspectos do seu jogo no MMA? Fale-nos a esse respeito.

Paulo Thiago: Tenho treinado muito duro; passei uma temporada na Califórnia treinando com alguns wrestlers e também com brasileiros. Fiz algumas adaptações ao meu treinamento como um todo, bem como nas partes específicas. Outras alterações foram necessárias, como suprimir aspectos que passei a considerar supérfluos ou inócuos, assim como adicionei outros que estavam deficientes. Em um aspecto geral, não teve tanta mudança, mas pequenos detalhes careciam de ajuste.

Brasil Combate: Você fez uma boa luta contra John Fitch e quase o finalizou. O que faltou a você para ter vencido o americano?

Paulo Thiago: Realmente aconteceram alguns fatores fora da luta que influenciaram no meu desempenho, mas são coisas que prefiro não comentar. O fato é que fui superado naquela ocasião. O que me deixou mais frustrado foi perder sem ter conseguido dar o meu máximo. Uma coisa é quando você luta dando o máximo de si e é superado, outra é quando fica aquele sentimento de que poderia ter feito coisas das quais estou acostumado a fazer e não fiz.

Brasil Combate: Teria feito algo diferente naquela luta? Você acha que a sua estratégia foi ideal para a importância daquele combate?

Paulo Thiago: No MMA moderno a estratégia tem muita relevância para se chegar à vitória. Minha equipe sabia o que ele ia fazer e fez. Treinamos muito, a estratégia estava pronta, mas na hora não saiu.

Brasil Combate: Agora você tem pela frente o número dois da categoria meio médio, Thiago Alves. O que você tem a dizer sobre o Pitbull? Quais as principais qualidades dele como lutador?

Paulo Thiago: Não é difícil listar as qualidades do Thiago como lutador. É brasileiro, tem o coração forte, muita técnica, muito gás, muita força, bom na trocação e um chão afiado. Enfim, é possível dizer que se trata de um lutador com características apropriadas para fazer uma luta de alto nível. Não tenho dúvida de que, para enfrentá-lo, é preciso fazer um treinamento também de alto nível.

Brasil Combate: O Thiago foi anulado pelo Georges Saint Pierre graças ao forte jogo de quedas do canadense. Você acredita que seja esse o caminho para derrotar o atleta da American Top Team?

Paulo Thiago: Este foi o método encontrado pelo GSP, que investiu suas fichas nessa estratégia, o que não significa que farei necessariamente o mesmo. Thiago não pode ser subestimado de forma nenhuma. Será sempre um lutador perigoso de ser enfrentado.

Brasil Combate: Na hipótese de derrubar o Thiago, você se considera apto a finalizá-lo ou castigá-lo no ground and pound? Você aposta no seu chão contra ele?

Paulo Thiago: Aposto na minha vontade, dedicação e treinamento duro. O sol nasce para todos, mas não aquece os que dormem. Temos consciência da dificuldade de uma luta como esta, mas a mesma dificuldade é como o vento, que sopra para todos os lados, inclusive para o dele. Meu chão está afiado, sim, da mesma forma que a luta em pé, as quedas, defesas de queda e condicionamento físico. Sinto-me cada vez mais preparado e motivado. Já não sou mais o mesmo lutador da época da luta com Josh koscheck nem com o Jon Fitch. Tenho evoluído a cada treino, física, psicológica e espiritualmente.

Brasil Combate: Em pé, o Pitbull é muito perigoso mas você provou contra o Koscheck possuir poder de nocaute. Você vê furos no jogo dele que possam vir a possibilitar mais um nocaute a seu favor no UFC?

Paulo Thiago: Não poderia dizer que Thiago tem “furos”, mas todos nós temos pontos fortes e fracos (ou menos fortes) na maneira de lutar. Ainda assim, estes pontos podem mudar de um tempo para outro ou mesmo de uma luta para outra. As mesmas possibilidades de nocaute ou de finalização que ele tem eu também tenho.

Brasil Combate: Uma vitória nessa luta te colocaria no topo da categoria. Quantas lutas você acha que seriam necessárias para disputar o cinturão?

Paulo Thiago: Esta é uma pergunta recorrente que respondo sempre da mesma forma: seria leviano da minha parte sequer pensar em cinturão nesta fase da minha carreira. Ainda vou me divertir muito fazendo o que gosto – lutar -, até pensar nisso. Será apenas uma consequência natural de um trabalho duro e realizado em equipe; a mesma equipe que me acompanha nessa caminhada desde o início. O treinamento eventual em outros camp é de suma importância, mas a labuta diária com os companheiros e amigos é de uma satisfação que não tem preço.

Brasil Combate: Paulo, muito obrigado pelo seu tempo em responder essas perguntas. Para finalizar, fale um pouco sobre as mudanças que o UFC trouxe à sua vida. Muito obrigado. Caveira!

Paulo Thiago: Sou uma pessoa muito centrada que não se abate com os revezes e nem se deslumbra com as dádivas que a vida me apresenta. Sou grato a Deus por cada um dos meus dias e, principalmente, pela saúde abençoada com que Ele me agraciou. Apenas tento usar tudo de bom que surge no meu caminho e tento repartir as alegrias com as pessoas que amo e que me amam. É a forma que achei de retribuir o carinho que me é dado. Participar do UFC tem sido uma destas alegrias que levarei para o resto da minha vida. Sinto-me privilegiado por estar tendo esta oportunidade e prometo não desperdiçá-la em vão. Quero fazer jus à confiança que foi depositada em mim. Minha vida e rotina mudaram muito pouco em função do UFC, mas minhas perspectivas se tornaram ilimitadas.

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