terça-feira, 12 de julho de 2011

Charles do Bronx's

Por Erik Engelhart

Após fazer duas exibições de gala no UFC, onde finalizou seus adversários, Charles do Bronx’s sofreu o primeiro revés da carreira ao provar do próprio veneno contra o duríssimo Jim Miller. De volta ao octagon em 2011, o dinâmico lutador não mudou seu estilo de jogo e fez uma excelente luta contra Nik Lentz, mas a Comissão Atlética acabou tirando sua vitória devido a uma joelhada ilegal aplicada pelo brasileiro. Sem descanso, o próximo desafio de Charles vai ser mais uma pedreira. O faixa-marrom de Jiu-Jitsu foi escalado para enfrentar o “Cowboy” Donald Cerrone no UFC on Versus 5, que rola no dia 14 de agosto, e em entrevista exclusiva à TATAME, que você confere abaixo, o lutador avaliou o combate com Nik Lentz, seu próximo desafio no UFC, avaliou sua caminhada rumo ao cinturão, falou sobre sua evolução na trocação, prometeu fazer uma boa peleja com Cerrone e muito mais.


O que você achou da sua última luta, contra o Nik Lentz?

Acho que fiz uma boa apresentação. Todo mundo ficou perguntando como eu ia me comportar após a minha derrota para o Jim Miller e todos viram que não mudei nada, que aquilo não me intimidou, e que eu ainda sou o mesmo moleque. Um pouco melhor talvez, mais técnico. O único fato negativo foi aquela joelhada, onde eu pensei que ele estava levantando e o golpe acabou entrando. Mas no geral achei uma luta muito boa, pude desenvolver o meu Muay Thai e o meu Boxe, além do Jiu-Jitsu, é claro. Acredito também que eu estava com um punch bem melhor, então apesar de ter acontecido aquela fatalidade e o No Contest, foi uma luta muito boa.


Na hora do anúncio do vencedor, vi que você ficou bem magoado com as vaias do público. O que você sentiu naquele momento?

Não fiquei nem tão triste pelo fato deles terem me vaiado, mas pelo fato de ter ficado um mês fora treinando duro pra caramba, sabendo que eu estava vindo de derrota. Minha intenção era mostrar que eu estava de volta no Ultimate, mas tive a infelicidade de acabar aplicando aquela joelhada ilegal. Você sabe como é o público americano, quando a gente ganha eles ficam batendo palma e te levantam o máximo que podem, mas quando acontece uma coisa assim eles te vaiam. Mas o que me chateou foi ter ficado um tempo longe da família, treinando pra caramba e na hora "h" acabei ficando sem a vitória. Mesmo eles levantando o meu braço eu já sabia que ia ser No Contest, então minha tristeza mesmo foi não ter conseguido trazer a vitória para o Brasil.


Você acha que esse No Contest pode ter atrasado um pouco a sua caminhada rumo ao cinturão?

Eu acho que não, cara, todo mundo viu que não foi intencional. O Joe Silva mesmo falou pra mim que a vitória era minha, eles mesmos me deram a vitória, quem não me deu foi a Comissão Atlética, então é Deus quem decide essas coisas e na hora certa eu vou estar lutando pelo cinturão. Eu não tenho pressa para disputar o título, quero subir degrau por degrau e cada luta que eles me oferecem é um passo que estou dando dentro do Ultimate, então só penso na próxima luta e, se Deus quiser, vou trazer um resultado positivo para o Brasil.


Você chegou a ser cogitado para enfrentar o Joe Lauzon, mas acabaram definindo que você lutaria com o Donald Cerrone. O que você achou dessa mudança?

Eu sou um cara que não escolho luta, e o que o UFC botar estou lutando. Quando eles me ofereceram o Lauzon eu falei “tá bom” e agora mudaram, mas para mim é a mesma coisa, luta é luta e não posso ficar escolhendo adversário. Eu estava descansando, mas agora vou voltar a treinar para essa luta. Eu sei que o Cowboy é um cara duro, então tenho que treinar forte para representar bem o Brasil. Ele é um bom trocador e é um grande finalizador também, então essa é uma luta boa para mim. Muitos apontam essa como uma luta dura para mim e estão curiosos para ver como eu vou me comportar, mas vai ser a mesma coisa. Vou entrar sabendo que eu posso ser nocauteado ou finalizado assim como ele também, mas estou bem confiante principalmente na minha parte em pé que está melhorando bastante. Quero estar cada vez mais embalado para voltar pro Brasil com a vitória.


Você acredita que esse seja o maior desafio de sua carreira até agora?

Cara, eu acho que não. Todos os caras que eu enfrentei até agora foram caras duros, bons. O Jim Miller foi uma cara muito duro e infelizmente saí derrotado, o Escudero estava no topo e eu finalizei, enfim, acho que o grau de dificuldade vai aumentando e o Cerrone é mais um cara duro na categoria, e o trabalho é o mesmo. Tenho que me focar como se fosse mais um desafio e treinar em cima do erro dele e naquilo que ele é bom e fazer o meu trampo, que é lutar de maneira explosiva e sabendo esperar a hora certa também. Antes todo mundo só pensava que eu só sabia botar pra baixo, agora eles sabem que podem tomar um knockdown ou um nocaute, estou cada dia ficando mais completo e essa é mais uma luta dura para mim.


Das 15 vitórias do Cerrone 12 delas foram conquistadas através de finalização. Você acredita que esse seja um fato positivo, já que talvez ele aceite trocar no chão com você?

Eu acho que ele vai trocar comigo, não acredito que vá me botar pra baixo, não. A maioria dos caras que eu luto não querem me botar pra baixo e quando bota só quer ficar no ground and pound, pois sabem que o meu Jiu-Jitsu é muito dinâmico. É uma luta boa pra mim, se ele me botar pra baixo, a gente faz o jogo e se ele resolver trocar comigo estou bem, todo mundo viu que a cada dia estou melhorando na mão.


O que você achou da última luta dele contra o brasileiro Vagner Rocha?

Nessa luta ele só chutou, e se ele ficar me chutando daquele jeito sabe que vai vir pra baixo, então acho que ele não vai me chutar... Acho que o UFC colocou ele pelo fato de ele ter um Jiu-Jitsu bom e ser um finalizador, assim como eu. Vai ser uma luta boa, uma luta dura.


Caso você vença, acredita que já vai estar na hora de reivindicar uma chance pelo título?

Ah, não sei, vamos primeiro no passo a passo. Quero primeiro vencer o Cerrone e depois vamos ver no que vai dar. Vamos ver se eu tenho essa chance pelo cinturão caso eu vença, ou se eu começo a figurar entre os tops da categoria. Prefiro ficar aguardando. Não estou pedindo nada, não peço chance pelo cinturão, não escolho luta, e quem eles mandam eu estou lutando, vou somando os meus pontinhos para na hora que eu tiver a chance pelo cinturão eu esteja preparado.


Fique a vontade para deixar um recado.

Eu gostaria de mandar um grande abraço para toda a minha família e para a minha equipe, que me apóiam e para todos aqueles que gostam de me assistir. Estamos juntos e mais do que isso, estamos juntos e misturados. Fiquem na torcida por mim, se Deus quiser vou trazer essa vitória para o Brasil. Obrigado a todos pelo carinho.


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