sexta-feira, 12 de novembro de 2010

André Galvão pertinho de estar na casa do TUF

Por Guilherme Cruz

Os últimos meses foram complicados para André Galvão. De casa nova nos Estados Unidos, o campeão mundial de Jiu-Jitsu ficou longe da família até conseguir estabelecer sua vida nos Estados Unidos, onde morará por tempo indeterminado. Em meio a isso, André aceitou uma luta contra o invicto Tyron Woodley no Strikeforce, mas o convite em cima da hora e a preparação inadequada acabaram resultado em derrota. A instabilidade do evento fez com que o lutador e seus empresários decidissem não renovar o contrato com o show e tentar a sorte na seletiva para a próxima temporada do The Ultimate Fighter, reality show do UFC. E sua participação na triagem, que contou com quase 300 atletas foi um sucesso. “Tinha bastante gente, estava cheio, mas foi legal. É uma grande oportunidade, além da experiência”, conta Galvão. Numa entrevista exclusiva, André conta que está a um passo de entrar na casa, assim como o brasileiro Vitor Vianna, mas ainda precisam aguardar – e torcer – pela aprovação final. “Não só por você estar lá dentro da casa, mas o UFC em si cuida de você, você tem muita vantagem. Você vê lutadores que fizeram o programa, como Diego Sanchez, Forrest Griffin e Rashad Evans, já disputaram ou até mesmo conquistaram o cinturão do UFC, então é um crescimento muito bom que você tem lá”, afirmou.

Como foi a experiência de participar da seletiva do TUF?

Foi legal, teve bastante gente, estava cheio. Sei lá, eu acho que é uma grande oportunidade de conhecer quem está nos eventos, foi bem legal. A gente fez um teste lá, fizemos um rola de Jiu-Jitsu, sorteava as pessoas, e, com quem você caía você fazia o grappling. Eu caí com um americano, foi bem rápido, coisa de um minuto e meio. Depois a gente fez manopla e depois entrevista. Cada hora que você passava no teste, eles iam te colocando para fazer outro teste. No meu grupo tinham 20 pessoas, e só ficaram cinco para a entrevista. Eu fui uma delas, fiz a entrevista e me aprovaram, mas pode ter gente na entrevista que eles gostaram mais... Agora eu não sei se eles me passaram ou não. Vou ficar esperando para ver se vão me ligar.

O que você achou dessa experiência? Você chegou a conversar com o Dana White ou com alguém do UFC?

Cara, eu conheci o Dana White há um tempão, na época que eu estava com o Wanderlei, ele sempre ia treinar na academia do UFC e ele sempre estava lá, a gente sempre se falava... Nesses últimos anos, eu estava direto lá no meio do grupo junto com o Anderson, fui corner do Anderson, então ele sempre me via. Quando eu cheguei nos cumprimentamos, mas nem trocamos uma ideia. Foi legal, uma experiência boa e agora vamos ver no que vai dar.

Como você vê essa possibilidade de entrar no reality show?

Eu acho que é muito bom. Não só por você estar lá dentro, que já é bom por si só, mas eu acho que o UFC cuida de você. Eu acho que a primeira coisa é eles cuidarem de você, cuidarem bem, avisarem com antecedência quando você vai lutar... Na verdade, eu vou ficar sabendo quando eu estiver lá. Tem lutadores que eu conheço que foram para lá e estão até hoje no UFC, como o Koscheck, que começou lá e agora vai disputar o cinturão com o St. Pierre... O Forrest Griffin e o Rashad Evans, que foram campeões. Eu acho que é uma coisa do crescimento que você vai ter lá, da convivência da casa, e o que é legal é que depois que você está lá, você vê o quanto você cresceu. É uma coisa muito boa, um incentivo.

Para participar do reality show tem que estar com o inglês na ponta da língua... Já está afiado ou ainda está no “the book is on the table”?

Estou treinando (risos). Tanto que a entrevista é exatamente para isso, para saber se você sabe inglês. Eu falo inglês, entendo tudo, leio, entendo bem e me comunico muito. Eles me passaram um teste e vamos ver se eles vão me deixar lá com o meu inglês, mas o meu inglês é bom. Têm caras que estão lutando lá que tem inglês ruim (risos). Eu acho que sou faixa-roxa de inglês, faixa-roxa quarto grau (risos).

O Vitor Vianna, que treina com o Wanderlei, também participou dessa triagem. Você chegou a falar com ele ou soube como ele foi nessa seletiva?

Eu falei com ele, a gente treinou juntos na época da Brasa, ele fez a mesma prova que eu, e até o último teste ele estava lá. Ele estava com o Michael Costa, que infelizmente não passou, mas o Vitor tinha passado. O grupo dele foi o segundo ou o terceiro grupo a fazer o teste, ele foi de peso médio, passou e ficou “felizão” e quando me chamaram para fazer entrevista, ele estava lá me esperando. A gente comemorou muito.

Todos se surpreenderam quando você foi fazer a seletiva, pois você tinha contrato com o Strikeforce. Eles encerraram o contrato ou você que pediu para sair?

Cara, na verdade, tudo foi entre os meus managers, o Ed (Soares), o Joinha e o Strikeforce. Eu não sei exatamente se eles queriam continuar comigo lá ou não. Mas a gente chegou à conclusão de que seria melhor participar disso aí, porque eu tinha perdido, era minha última luta no contrato... Não foi por causa do show, eu tinha um contrato de cinco lutas com eles. Tinha feito duas lutas no Dream e três no Strikeforce, e eles estão trabalhando juntos. Era a minha quinta luta, eu tinha que fazer essas cinco lutas até março de 2011 e, quando acabou a luta eles chegaram para o Ed e para o Joinha e perguntaram se eles iam assinar o contrato porque já estava em aberto, eu podia ir para outro lugar e tal. Os meus managers decidiram tirar a gente desse evento e tentar ir na casa. Espero estar em breve no UFC.

O que você tirou de lição desse tempo que passou no Strikeforce?

Você tem que se preparar bem para cada um, e isso eu sempre fiz. O que aconteceu foi o seguinte: eles sempre me comunicavam sobre a luta faltando quatro semanas para a luta. A única luta que eu lutei treinado, sabendo que ia lutar dois meses antes, foi a minha primeira luta, as outras lutas, contra o Macaco e essa última, eles me avisaram em cima da hora, e eu acabei aceitando porque quando eu saí do Dream para entrar no Strikeforce, foram oito meses sem lutar, me deixaram oito meses de molho, isso atrapalhou no meu treinamento porque eu estava querendo lutar em setembro e não lutei em setembro, e eu sou um lutador de MMA, vivo do MMA...

Eles vieram falando que eu ia lutar só em dezembro, então isso mudou um pouco na minha preparação para as lutas. A última luta eu acabei aceitando porque eu não sabia quando eu poderia lutar de novo, eles poderiam me deixar até o ano que vem sem lutar de novo, então eu preferi lutar. Eu aprendi que você deve ter um tempo para lutar, umas oito semanas para poder se preparar bem e também dar um descanso entre uma luta e a outra porque é importante.

Essa última luta que eu fiz, eu tinha acabado de ganhar do Macaco e logo depois eles me chamaram, e é complicado porque o corpo tem que descansar, mas a gente aprende com os erros. Agora eu tenho que focar daqui para frente, na parte de trocação porque vira e mexe, eu troco os meus trocadores. Eu tive treinos com o Rogerão e o Distak, foram lutas convenientes, as lutas que eu perdi foram as lutas que eu não treinei com eles, mas eu troquei muito de trocador. Treinei Muay Thai com o (Daniel) Woirin, treinei Boxe com outro professor... Cada luta eu estava treinando com um treinador e isso me atrapalhou um pouco também. Achei um treinador de Boxe e vou ficar treinando com ele para ter uma boa base aqui, focar bem na minha trocação porque a luta começa em pé.

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