Vítor Belfort, que já foi campeão dos meio pesados do UFC, está de volta com tudo. Após retornar ao maior evento de MMA do mundo e atropelar Rich Franklin, Vitor começa a dar sinais de que o “fenômeno” está voltando. O lutador, que vem sendo cogitado para enfrentar Anderson Silva, está sempre em busca de novidades para incrementar seu jogo. Dessa vez, Belfort tem apostado no Caratê e recentemente foi graduado faixa-azul por Vinício Anthony. O casca-grossa trocou uma ideia com a TATAME e falou sobre a sua nova arma, comentou como a arte marcial tem somado em seu repertório, falou de sua luta contra Rich Franklin, apostou em Lyoto contra Shogun, comentou a sua provável luta contra Anderson Silva e muito mais.
Qual a importância dessa faixa-azul que você recebeu? Você pretende seguir no Caratê?
É uma aquisição muito importante para mim. Como tudo na vida, temos que criar os fundamentos, as bases, então estou criando minha base aqui. Estou me divertindo bastante, estou muito feliz em aprender uma arte marcial nova. Desde quando eu era criança sonhei em treinar, treinei quando era muito criancinha e parei. Quando fui lutar contra um lutador há um tempo atrás, eu treinei com o Vinicio, mas não dei continuidade. Agora voltei e já tem um tempo que venho lutando e me sinto muito satisfeito em poder conhecer o grande Tanaka, que é uma lenda do esporte. Estou muito feliz.
Como você começou no Caratê? Como surgiu essa parceria com o Vinício Antony e com o Jayme?
Eu sempre estive próximo dele, é um cara que aprimorou várias outras artes, me estimulou bastante e foi um fator muito motivador para eu estar fazendo isso. Conheci o Jayme através do Vinicius e foi um “ás” para essa minha última luta. Ele foi comigo para os Estados Unidos, ficou comigo lá direto e me ajudou muito. Ele e o Vinício são pessoas fundamentais, estão me ensinando e colocando o Caratê dentro da minha alma. Estou aqui colhendo o máximo, dentro das minhas limitações, mas tenho me dedicado. O Jayme, além de um grande professor, tem sido um grande companheiro e amigo que eu pude conquistar, é uma pessoa de caráter e extrema sabedoria. O Vinício é a coluna dessa trinca, é a pessoa que nos aproxima, é experiente, entende, compreende, evolui. Infelizmente ele não pôde ir na minha última luta devido a problemas no passaporte, mas na próxima estaremos lá, a trinca completa.
Na sua Luta contra o Rich Franklin você estava com a base um pouco diferente, já é fruto dos treinamentos de Caratê?
No MMA, você não pode atribuir sua vitória apenas a uma arte, pois estamos representando as artes marciais. O fundamento do Caratê é você desenvolver o seu conhecimento, não só voltado para uma técnica, mas tem que desenvolver várias outras técnicas. O Caratê serve para desenvolvermos o crescimento. Temos que crescer dentro do Caratê, aprender a parte de chão, é uma mistura, então ali estou representando as artes marciais. O Caratê foi muito importante para essa luta, com certeza, mas não tem como você dar o crédito somente para uma arte marcial. Dou o crédito ao Caratê e a tudo que eu aprendi, mas definitivamente foi algo nítido naquela luta e algo que eu já consegui implantar dentro da minha alma.
Falando em Caratê, a associação com o Lyoto é imediata. O que você acha dele e em quem apostaria na luta contra com Shogun?
O Lyoto é um lutador fenomenal, que consegue acoplar todas as artes juntas, e o Caratê é a principal dele. Ele é um lutador muito bom, muito bonito de se ver lutar, eu adoro o Lyoto. A luta contra o Shogun eu acredito que vai ser dura, mas, para mim, o Lyoto vai ganhar. O Shogun é um lutador muito duro, mas na minha visão o Lyoto tem melhores condições.
Recentemente, o Anderson comentou que achava difícil você ir pra trocação com ele. O que acha disso? Como vislumbra esse combate?
Só vejo essa luta no desenrolar, não tenho como determinar alguma coisa antes, não tenho como saber o que vai acontecer amanhã. Vou treinar em todas as áreas e na hora a gente vai ver o que vai acontecer. A parte da fala deixa pra ele, eu quero é saber de fazer meu dever de casa sabendo que o Anderson é um lutador muito duro em todas as áreas e vou me preparar para tudo.
Você gostaria de fazer uma luta antes do cinturão ou ir direto para a disputa?
Como lutador, prefiro não me deter a essas escolhas, porque isso mexe muito com o psicológico do lutador, e estou preparado para lutar com qualquer lutador. O cinturão, para mim, é apenas uma distração que muitos conquistam e se sentem imbatíveis. Eu não penso nele, apenas foco no meu próximo adversário, então vou entrar com a mente vazia e com todas as artes que eu aprendi e desenvolvi dentro do meu jogo e tentar aplicá-las.
Como está sua cabeça, como se sente o Vitor hoje?
Estou feliz, alegre, contente, sem nenhuma pressão psicológica. Tenho meus problemas, mas os enfrento. Tem um lema lá em casa que a minha esposa sempre fala que é ”enfrente seus medos e viva seus sonhos”, e eu aderi a esse lema. Acho que o medo faz parte do ser humano, mas o importante é enfrentá-los e viver os sonhos.
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