Por Erik Engelhart
Foto Josh Hedges
Considerado um dos melhores árbitros de MMA do mundo, o brasileiro Mario Yamasaki gerou polêmica depois de ter advertido o brasileiro Rousimar Toquinho, no UFC on Versus 3, realizado em março nos Estados Unidos. Após finalizar Dave Branch com uma chave de calcanhar, Toquinho se ajoelhou e deu um tapinha nas costas do americano, em um gesto que pareceu um cumprimento. Yamasaki condenou a atitude e interpretou como falta de respeito ao adversário, deixando Toquinho atônito.
O vídeo com a advertência do árbitro a Rousimar gerou uma grande polêmica nos fóruns de luta espalhados pelo país e a TATAME entrou em contato com Yamasaki para saber a sua versão dos fatos. “Na hora da luta o pessoal fica nervoso, e o Toquinho, depois que ganhou, tentou se 'fazer' no atleta e deu um tapa nas costas dele. Eu, como controlador de luta, não admito isso. Tive que dar uma advertência para ele, e falei que da próxima vez ele seria desclassificado, mas é só para controlar o que acontece dentro do ringue”, explicou Mario. Confira abaixo a entrevista completa abaixo com Yamasaki, que falou sobre a sua iniciativa de formar árbitros profissionais, analisou o impacto da vinda do UFC para ao Brasil e afirmou que o monopólio é ruim para o esporte.
Você vai ministrar um curso para formar árbitros... Como isso vai funcionar?
Bom, eu montei o curso, agora só falta inserir os vídeos. É um curso de dois dias, oito horas por dia, aprovado pela Comissão Atlética dos Estados Unidos. Eles me convidaram para dar aula para eles. Eles se reúnem todo ano, e esse ano vão se reunir em julho e sou eu quem vai dar o curso para a Comissão Atlética americana. No Brasil, não tenho data ainda. Talvez eu dê um curso no Brasil em junho.
E como vai ser essa primeira edição?
Eu não sei ainda a data e o local, mas provavelmente vai ser junto com a Comissão Atlética. Eu estava querendo fazer aqui no Brasil, mas vamos ver se dá certo.
Com o crescimento do esporte, você acha que isso pode ser uma nova profissão? Você acredita na formação profissional dos árbitros?
Se eles conseguirem seguir carreira, a gente pode elevar o nível um pouquinho, porque o meu curso não é só de arbitragem, ele abrange tudo o que acontece no evento: como o cara deve se portar fora, dentro, como deve se vestir, o que deve fazer antes da luta, o que deve falar para os atletas, então é importante ter especialistas.
Com essa vinda do UFC para o Rio, como você acha que isso pode levar o esporte para cima?
Cara, o MMA começou aqui, teve que sair do Brasil para ser lapidado lá fora, é o esporte que mais cresce no mundo, vai em ascensão total... O Brasil é a bola da vez. Essa vinda do UFC aqui vai ser muito bom, vão voltar a respeitar mais como um esporte e não como uma luta brutal.
Como você vê essa compra do Strikeforce pelo UFC, que já tinha comprado o WEC? Você acha que esse monopólio é ruim para o esporte?
Eu vejo isso meio a meio, porque o bom para o esporte é que você vai ver lutadores que estavam no Strikeforce, e não mais no UFC, e agora vão poder se enfrentar, mas monopólio é sempre ruim para todo mundo.
Como você acha que isso vai afetar o mercado?
Eu acho que o mercado é muito afetado, porque eles vão continuar fazendo o Strikeforce, e tem vários eventos que estão crescendo de uma vez, e não é só um, e cada vez tem mais lugar. É bom para o atleta, é bom para o esporte ter variedade de eventos.
Pelo fóruns brasileiros tem uma galera pegando no seu pé, falando que você advertiu o Toquinho na última luta dele de maneira equivocada. O que aconteceu?
É. Na hora da luta o pessoal fica nervoso, e o Toquinho, depois que ganhou, tentou se 'fazer' no atleta e deu um tapa nas costas dele. Eu, como controlador de luta, não admito isso. Tive que dar uma advertência para ele, e falei que da próxima vez, ele seria desclassificado, mas é só para controlar o que acontece dentro do ringue.
O que acharam dessa explicação?
