quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Entrevista com Gabriel Napão

Por Marcelo Barone

Após anunciar sua aposentadoria, Gabriel “Napão” Gonzaga voltou à ativa no último sábado após quase um ano longe das lutas. E retornou bem. O brasileiro finalizou Parker Porter com um triângulo de mão e levou para casa o cinturão do Reality Fighting. Em entrevista exclusiva à TATAME, Napão dedicou a vitória aos amigos e alunos, que incentivaram a sua volta. Apesar de ainda não ter certeza se dará prosseguimento à carreira, o peso-pesado revelou que pode lutar no Brasil ainda este ano. “Andei negociando algumas lutas e provavelmente vou lutar no Brasil esse ano ou ano que vem. Alguns eventos me procuraram, inclusive o que o Tatá (Otávio Duarte) e o Wander (Braga) fazem, mas tiveram outros interessados”, conta.


Você havia anunciado sua aposentadoria, mas decidiu retomar a carreira. O que motivou essa decisão?

Meus amigos e alunos pediram para eu voltar a lutar. Eles me convenceram e acabei voltando. Por enquanto, estou nessa.


O que você fez durante esse período sem lutar?

Fiz o que sempre faço desde 1999: dei aula de Jiu-Jitsu. Tenho uma equipe desde 2005, em Massachusetts, a Team Link, e venho treinando com os meus alunos.


Como analisa seu desempenho contra o Parker Porter?

Foi muito bom. Fiz meu treinamento e consegui um bom resultado. Tinha a estratégia de manter a luta em pé até que abrisse a chance do soco e do chute que ele sentisse para levá-lo ao chão. E foi o que aconteceu. No primeiro e no segundo round ele veio bem para cima, mas mantive a calma e fiquei esperando o momento dele errar. Quando isso aconteceu, o abalei com um soco e levei para baixo. Ele fez excelentes movimentos para sair do chão, me tirando da montada, mas fui para as costas. Tentei o mata-leão, ele defendeu e fui para o triângulo de mão.


Ficou satisfeito?

Foi dentro da expectativa, fiquei satisfeito. Foi gratificante também pelos amigos e alunos que estavam lá. A academia é perto de onde foi a luta então havia muitos conhecidos.


Como foi a sua preparação para essa luta?

Me preparei com os meus alunos, especialmente o Peter, que é do mesmo tamanho que eu e tem a minha força. Treinamos bastante queda. Fiz Boxe com o pessoal do Pishot, com o Julian, e Jiu-Jitsu todos os dias com os alunos.


O que houve com o Jeff Monson, que você enfrentaria, mas a luta foi cancelada?

Ele simplesmente cancelou para lutar contra o Fedor (Emelianenko). Não foi por contusão. Acho que é falta de profissionalismo quando alguém assina contrato e troca por outro evento por mais dinheiro. Eu não lutando com ele, não recebo, ganhando ou perdendo. Perdi a chance da luta.


O tempo que você ficou sem lutar te atrapalhou de alguma forma?

Não muito porque competi no New York Open, onde fui campeão do absoluto. Estou treinando sempre. Nunca paro de treinar.


Um dos pontos altos da sua carreira foi o nocaute sobre Mirko Cro Cop. As pessoas ainda te param nas ruas para falar sobre esse nocaute?

Foi marcante. Sempre me param para falar disso, principalmente quando vou em uma cidade onde acontece algum evento de luta, onde o público que está envolvido sabe do assunto. Mas falam menos hoje em dia porque já faz muito tempo.


Quais seus planos para o futuro?

Hoje em dia não tenho muita ideia sobre o que vou fazer no Vale-Tudo, mas no BJJ vou sempre tentar competir algumas vezes por ano e continuar dando aula.


Dar aula é o seu maior prazer atualmente?

Sempre foi, mas o MMA é uma fonte maior de renda. Não sei ainda muito bem o que quero. Meu desejo é fazer campeões, manter alunos ganhando. Gosto de praticar MMA, mas não é o meu maior objetivo ser campeão. Vamos ver mais para frente. No momento estou pensando em aumentar minha equipe. Fomos campeões onze vezes seguidas do NAGA e vamos tentar expandir isso para campeonatos grandes como o Pan e o Mundial, o que envolve mais investimentos financeiros porque os alunos precisam viajar... Tem mais dificuldades.


Você tem vontade de lutar no Brasil?

Andei negociando algumas lutas e provavelmente vou lutar no Brasil esse ano ou ano que vem. Alguns eventos me procuraram, inclusive o que o Tatá (Otávio Duarte) e o Wander (Braga) fazem, mas tiveram outros interessados.

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