domingo, 11 de outubro de 2009

Paulão Filho

Por Guilherme Cruz

Com adversário definido no Dream 12, Paulão Filho está focado para colocar o seu Jiu-Jitsu em jogo mais uma vez e bater o coreano Dong Sik Yoon no dia 25 de novembro. Em entrevista à TATAME, o faixa-preta falou sobre a expectativa para o duelo. “O cara é campeão de Judô, tem um chão perigoso, mas eu acho que ele vai jogar na minha praia e eu acredito que, pela minha força, eu levo vantagem”, aposta Paulão, que também falou sobre os erros que cometeu na preparação para sua última luta e os próximos duelos da categoria no UFC e Strikeforce.

Como você que vai ser essa luta com o Dong Sik Yoon?

O cara é campeão de Judô, é um cara duro, tem um chão perigoso... Na luta dele com o (Gegard) Mousasi, ele não pegou o braço por questão de detalhes, porque estava encaixado. Ele é um cara duro, mas eu acho que ele vai jogar na minha praia e acredito que, pela minha força, eu levo vantagem. O giro do Jiu-Jitsu é mais eficiente que o giro de um judoca, sem desmerecer... Por cima ou por baixo, o giro do Jiu-Jitsu é superior e eu acho que vou levar vantagem nisso. Ele é um cara nota 10, boa praça, competitivo, não fala mal de ninguém, faz o trabalho dele. Vai ser uma luta bacana.

Como estão os treinos? Você pretende treinar com o Anderson e o Minotauro?

Agora estou treinando com o Mestre Oswaldo Alves, treinando mais o que vai acontecer na luta. Ele não é trocador e nem eu, então tenho que dar ênfase ao jogo de Jiu-Jitsu, o jogo mais embolado para chegar numa posição melhor e impor o meu jogo e, quem sabe, finalizar.

Olhando para trás, quais foram os erros que você cometeu antes e durante a luta no Bitetti Combat?

A gente não pode dar justificativa... Aconteceu é que eu topei a luta. Ninguém queria que eu fosse lutar com o (Melvin) Manhoef e eu sofri uma pressão psicológica muito grande, e eu queria dar uma respirada. Todo mundo estava achando que eu ia perder para o Manhoef e eu acabei me desgastando um pouco. Fui me divertir, parei de treinar um pouco e não dei tanta importância à luta. Não foi por desmerecer o meu adversário, foi inconsciente, eu precisava de um tempo. O atleta de alto nível tem que ter um intervalo de três meses entre uma luta e outra. Emendei uma em cima da outra e não estava satisfeito. Não fugi do compromisso e sei que não foi uma luta maravilhosa, mas encarei o desafio.

Você estava cotado para enfrentar Mousasi pelo cinturão do Strikeforce, mas ele vai enfrentar o Thierry Sokoudjou. Quem você acha que leva essa luta?

O Sokoudjou é perigosíssimo, tem uma porrada muito firme e isso já está mais do que provado, mas o Mousasi é um grande atleta. Acho que o Sokoudjou tem muito mais saúde. Acho que o (Renato) Babalu fugiu do parâmetro, ele é um lutador de nível A, mas ficou um pouco nervoso, desconcentrou, aconteceu alguma coisa e ele não rendeu. Acho que o Babalu, bem preparado, mete a porrada no Mousasi. O Mousasi vai ser bom como as pessoas pensam que ele é, mas daqui a algum tempo. Ele é novo, imaturo e com excesso de confiança. O Sokoudjou pode acertar um pombo sem asa e ele cair esticado.

Depois dessa luta no Dream, você espera ir para o Strikeforce?

Não sei... Vou chorar pra ver se chego lá pra bater naquele corcunda (risos)... Ele é muito abusado.

Como você acha que será a recepção do público americano, que ficou com uma imagem ruim das suas lutas no WEC?

Eu não estava muito focado, animado. Não foi questão de Japão ou Estados Unidos, foi um momento da minha vida que eu não me apliquei aos treinos como deveria. Acho que, independente da opinião deles, a minha é a mais importante. Sei que preparado eu sou muito difícil, o meu cartel é 18-1, não tenho nada pra provar pra ninguém. Sei que, treinado, sou um problema pra qualquer um. O negócio é a cabeça estar em dia e fazer o meu trabalho.

O seu objetivo pessoal é ir para o UFC?

Meu objetivo é lutar, lutar e lutar, independente da organização. O adversário é a coisa mais importante. Tem muitos caras melhores em outras organizações. Luta é luta, todo mundo merece respeito.

O UFC esta com grandes brasileiros até 93kg, como o Lyoto, Shogun, Banha, Minotouro, Thiago Silva e o Anderson. Como você acha que seria a sua chegada nessa categoria?

Sem dúvida é muito difícil, a categoria é muito dura. O UFC é um grande evento, mas os americanos fazem de tudo para que você não consiga aplicar a sua técnica. Eles casam jogos incompatíveis, de preferência com quem eles quiserem, tudo pra te derrubar. Americano é americano, eles querem os americanos com o cinturão e eliminar o máximo de brasileiros, mas vão ter que ralar muito, porque nós somos os melhores.

O que você está esperando da luta entre o Lyoto e o Shogun?

É uma luta difícil... O Lyoto é muito estratégico, o Shogun é franco, muito valente. Os dois têm estrela, mas eu arriscaria no Lyoto pela estratégia. Luta é luta e só vamos saber quando acabar. Vai ser uma luta pra frente.

O Anderson deve colocar o cinturão dele em jogo contra o Vitor Belfort. Como você acha que será essa luta?

Muito difícil... O Vitor tem uma pontaria muito boa, o Anderson não tem mais nada pra provar... Eu acho uma pena, mas... São dois grandes atletas, qualquer um pode vencer. Vai depender do espírito que cada um apresentar no dia da luta. Quem entrar mais focado vai levar.

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