segunda-feira, 6 de abril de 2009

Thales confiante para encarar Anderson



Thales treina forte com Adrian Jaoude

Como o próprio diz, Thales Leites se prepara para a luta da vida. No dia 18 de abril, o representante da Nova União enfrenta Anderson Silva no Canadá. O combate vale o cinturão de médios do UFC. Após uma sessão de treinos na academia, o lutador conversou com o Portal das Lutas. Confira a entrevista:

Portal das Lutas - O que espera para essa disputa de cinturão contra o Anderson Silva?

Thales Leites - É a oportunidade melhor da minha vida. É a luta da minha vida, não tem como dizer que não. É a mais importante, com maior peso e um duelo histórico no UFC, dois brasileiros disputando o cinturão. O bom é que, independentemente de quem vencer, ele fica no Brasil! Mas a perspectiva é excelente. Já estou treinando há três meses dando ênfase nisso. O cara que eu enfrentei antes também era canhoto, então não mudou o treinamento depois do intervalo entre uma luta e outra. Estou confiante e acredito em mim. Se não acreditasse, nem aceitava essa luta. Não estou lá só para lutar, quero ser o campeão. Então confio em mim, chegarei cem por cento, assim como ele, e o que posso prometer para a galera é que será um lutão. É cinqüenta por cento de chance para cada um. Ele pode ser o favorito, mas na minha cabeça é assim. São dois braços e duas pernas que nós dois temos e a capacidade também.

PDL - Muitos consideram o Anderson o melhor peso por peso do mundo. Isso faz alguma diferença para você?...
TL - Para mim não faz diferença, porque não vou entrar e nem estou treinando pensando que ele é o melhor peso por peso do mundo. Acho que não existe um só peso por peso do mundo. Realmente acho que ele está ali com mais uns quatro ou cinco. Mas isso não tem um peso extra para mim. É uma coisa que as pessoas colocam. Para mim é uma luta de cinco rounds contra um cara que é muito perigoso e muito bom. Tenho treinado para isso.

PDL - Uma das possibilidades é você tentar colocá-lo para baixo. Vi que vocês trouxeram até um treinador cubano. Como está esse trabalho de wrestling?

TL - Tenho dado uma ênfase ao wrestling e muay thai. Antes, fui pela terceira vez ao Arizona treinar wrestling, aprendi muita coisa lá e aqui tem o Pedro (cubano) e o Adrian Jaoude, que estão me dando uma atenção muito grande. Estou cada vez mais confiante na parte de quedas e a transição de queda para o chão é o que preciso. Esse treino de wrestling está sendo excelente para mim.

PDL - Uma das maiores forças do Anderson é a trocação. Como anda esse fundamento?

TL - Meu treino de muay thai faço já há algum tempo com o Marcelo Aguiar, em Niterói. Mas para essa luta, que tenho ficado mais no Rio, estou contando com o Guto Inocente, que é um garoto excelente. Ele faz um jogo parecido com o do Anderson, de sair e bater com muita velocidade. É um peso pesado com velocidade de médio. Já o Vitor Miranda, que também me ajuda, nem se fala. É um ótimo striker, treina comigo já há algum tempo e me ajuda sempre e eu a ele. Também tem o Pedro Rizzo que, se não treina, está sempre me dando um toque. Tem essa galera que me sinto confortável e bem. Estou sempre aprendendo algo e isso que é o bom do treinamento. Aprender sempre um detalhe novo.

PDL - Além de você e do Anderson, no médio o UFC tem brasileiros como o Demian Maia e o Ricardo Cachorrão, entre outros. Haverá uma hegemonia brasileira na categoria?

TL - Assim como nas outras categorias, o peso médio tem muitos cascas-grossa. Além desses brasileiros, tem o Bisping, o Nathan Marquadt, o Okami, o Rich Franklin e o Wanderlei Silva, que está descendo agora. A categoria está cada vez mais lotada e a galera está com sede de vitória. Tem também o Wilson Gouveia, outro brasileiro, e o Patrick Cote. Você vê que a cada momento lembro de mais alguém. Então estou amarradão de estar na posição que estou, de disputar o "title shot". Acho que é aonde todos querem chegar, porque para ter o cinturão tem que disputar o "title shot" antes. Então é o que a galera almeja. Sei que é uma categoria muito difícil e, ganhando ou perdendo essa luta, continuarei tendo um trabalho árduo. Isso que é o legal, lutar contra os melhores, é um teste. Me sinto bem quando luto contra os melhores e no Ultimate sempre será assim. Acho isso legal e espero que essa hegemonia brasileira permaneça. Acho muito bom a galera do Brasil mostrar esse bom trabalho, ninguém entra ali de bobeira e só faz lutão.

PDL - Qual a importância de uma disputa de cinturão entre dois brasileiros?

TL - É parecido com o que acabei de falar, manter a hegemonia. Se pararmos para ver, o Ultimate é o maior evento do mundo e os brasileiros estão sempre no topo. O Thiago Alves disputa o cinturão até 77kg com o St. Pierre, o Lyoto disputa com o Rashad Evans e, na minha opinião, ganhará. Tem a categoria de cima também com uma galera e o Minotauro representando, além de todo mundo no leve. Então isso mostra o valor do lutador brasileiro. É uma organização americana e, numa época de crise, tem um monte de brasileiros lutando. Então isso mostra o valor do lutador brasileiro e o prestígio e respeito que a gente tem. A gente treina, chega lá e faz por merecer. O legal é isso, o reconhecimento dos Estados Unidos e do Mundo Inteiro pelos lutadores brasileiros.
PDL

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