quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O novo “braço direito” de Cigano no UFC


Por Guilherme Cruz

Foto arquivo pessoal


Junior Cigano disputa o cinturão dos pesos pesados do UFC no dia 12 de novembro, contra o invicto Cain Velasquez, e tem novidades no seu camp. Os treinadores e companheiros de treino continuam os mesmos, o que mudou foi seu empresário. Abrindo o jogo pela primeira vez sobre o trabalho que faz com o peso pesado, Ana Cláudia Guedes, uma marinheira de primeira viagem no mercado das lutas, falou sobre a pressão de iniciar os trabalhos justo na “chance de ouro” de sua carreira, em uma disputa de cinturão em TV aberta nos Estados Unidos, e como funciona sua parceria com o lutador. “Eu e Cigano não seguimos esse modelo tradicional. Existem áreas da carreira dele das quais é ele mesmo quem cuida”, explica Ana, que falou ainda sobre o duelo com Velasquez. Confira:


Como você começou a se envolver com as lutas?

Com lutas em si, comecei a trabalhar através do Cigano, a pedido dele. Eu sou fã, e ocasionalmente praticante, há bastante tempo. Eu já trabalhei com diversas outras pessoas do meio em vários projetos, tanto pelo lado legal, de contratos, registro e licenciamento de marcas e etc., quanto pelo lado de assessoria, relações públicas.


Já conhecia o Cigano antes de começar a empresariá-lo?

Eu conheci o Cigano profissionalmente, não nos conhecíamos pessoalmente. Ele me procurou por indicação de um amigo dele, que foi também cliente meu.


Aceitou o convite logo de cara ou sentiu um receio de entrar nesse ramo da luta?

Não foi assim. Nosso trabalho juntos começou há muito tempo. Eu sou advogada, entende? Ele me procurou para tirar algumas duvidas aqui e ali. Depois entraram alguns aspectos contratuais nos quais auxiliei também e a relação profissional foi crescendo. Eu tenho realmente muita experiência nas áreas de propriedade intelectual e direito de entretenimento, que engloba imagens, patrocínios, licenciamento, contratos, etc. Já trabalhei em emissora de TV, já trabalhei com músicos, artistas.


O Cigano foi o meu primeiro atleta profissional, e realmente o ramo tem umas particularidades que fui aprendendo, e ainda estou aprendendo. Mas a parte empresarial, a parte das leis, dos negócios, é algo com a qual já tenho uma ótima bagagem. Conforme fomos trabalhando juntos, o trabalho foi crescendo. Tudo de uma forma bem orgânica, uma evolução natural. Me dei muito bem com a equipe dele, eles foram ganhando confiança em mim por verem a competência do meu trabalho, como também a minha dedicação e ética, coisas que prezo muito.


Sentiu algum tipo de pressão por assumir a carreira do Cigano num momento tão importante, de disputa de cinturão e estreia do UFC na FOX, ainda mais após ele ter sido agenciado por outros empresários durante tanto tempo?

Olha, te confesso que sinto pressão sim, mas não exatamente assim. Eu sinto a mesma pressão quando qualquer cliente confia em mim. “És responsável por tudo aquilo que cativas”. Eu penso assim. Então, vejo que o Cigano, pessoa que admiro muito, por quem desenvolvi muito carinho e muito respeito, e que está em um momento de muitas oportunidades, está confiando em mim. Minha preocupação, e o único lugar de onde eu sinto “pressão” como você falou, vem desse lugar: o não querer decepcionar, a vontade de auxiliá-lo bem, de fazer tudo que eu puder para que ele possa ter um camp tranquilo. Quero ser um filtro de “zicas” para ele e para a equipe dele também.


E, se não me engano, você é a primeira empresária no meio do MMA. Em algum ponto sentiu um tratamento diferente por isso?

Eu não sei dizer, inclusive porque, como você sabe, sou novata no campo, então ainda não tive oportunidade de conhecer todos. Porém, o meu papel não é bem de empresaria. Sou advogada, conselheira, assessora de imprensa... Às vezes sou secretaria ou motorista também (risos)! Brincadeiras à parte, e só para não causar nenhum equívoco: quando se pensa em “manager” ou “empresária” a gente pensa num modelo tradicional. Eu e Cigano não seguimos esse modelo tradicional. Existem áreas da carreira dele das quais é ele mesmo quem cuida. Outras onde colaboramos, outras das quais eu cuido.


Que áreas ele cuida, que antes eram feitas pelo empresário?

Alguém na posição que o Cigano está, prestes a ser o campeão mundial da categoria dele, já tem muitas oportunidades que chegam sem grandes esforços. Então ele mesmo cuida de filtrar essas oportunidades, esses convites. Ele passa pra mim na hora de negociar e fechar o contrato.


E como vocês receberam o convite de lutar na FOX pela primeira vez?

O Dana me passou um recado, através da minha irmã, pedindo que eu telefonasse pra ele. Passamos a manhã deixando recados um para o outro. Quando conseguimos nos falar, ele fez a proposta.


Como essa exposição mudará a carreira do Cigano?

Acho que é um enorme passo para o UFC e para o MMA. O Cigano, bem como o Cain, foram escolhidos, a meu ver, como os embaixadores do UFC para o público americano. Muitos estarão vendo MMA pela primeira vez. E o UFC os escolheu a dedo para representar esse esporte, para representar essa organização. O Cigano, além de ser um tremendo talento, é uma pessoa muito bacana. Ele transborda simpatia. Sempre, com todos. Já estive com ele em semanas onde todos os dias ele tem compromissos, um atrás do outro, o dia inteiro, vários dias seguidos. Mesmo exausto, mesmo longe da família, longe da academia, cansado, irritado, eu só o vejo tratar as pessoas e os fãs bem.


O convite da FOX trouxe essa vantagem de lançar o Cigano diante de um novo público, mas ele estava previsto para lutar em pay-per-view, e os atletas geralmente ganham uma fatia do pay-per-view como premiação. Houve algum tipo de compensação por esta troca?

Não é bem assim. Cada atleta do UFC tem um contrato diferente, não são todos que ganham pay-per-view. Aliás, posso afirmar que variam muito de acordo com o atleta e também de acordo com quem negociou o contrato. Quanto a partes específicas do contrato do Cigano ou dessas negociações, eu realmente não comento esse tipo de assunto. É uma coisa muito particular, e não comento nada de natureza particular dos meus clientes.


E quanto à luta dele com o Velasquez, o que espera?

Espero uma grande luta. Diz o Cigano que vai nocauteá-lo no segundo round. Eu queria que fosse no primeiro, pois fico muito tensa (risos). Na luta do Rodrigo (Minotauro) contra o Brendan Shaub, agora no UFC Rio, eu estava tão nervosa... Ainda bem que foi rápida! Isso é o que quero contra o Cain: eficiência (risos)!



http://www.tatame.com.br/2011/10/10/UFC--O-novo-braco-direito-de-Cigano-no-UFC

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