quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Entrevista com Paulo Thiago

Por Eduardo Ferreira

O intercâmbio entre as equipes de MMA já é prática comum nos Estados Unidos. Se preparando para sua próxima luta no UFC 109, contra Mike Swick, o meio-médio Paulo Thiago conversou com a TATAME sobre a maratona de treinos que têm feito na Cidade Maravilhosa. Com base em Brasília, o policial do Bope pegou o avião rumo ao Rio de Janeiro e treinou nas equipes Xtriker, de Anderson Silva, e Nova União. Num bate-papo exclusivo, que você confere amanhã na TATAME, Paulo falou sobre o trabalho no Batalhão de Operações Especiais e comparou a adrenalina de uma luta de MMA à de um tiroteio numa favela.

Quando você chegou ao Rio?

Cheguei na segunda-feira e vou ficar umas duas semanas no Rio... Estou me preparando para minha próxima luta com a ajuda dos meus amigos... Estou correndo atrás de uma melhora.

O que mudou, já que você ia enfrentar o Josh Koscheck e agora vai encarar o Mike Swick?

Mudou um pouco na questão da envergadura, um pouco do estilo também, mas a preparação é a mesma. Muda um pouco a estratégia, mas estou me preparando para enfrentar um cara duro também, da mesma forma que estava treinando para enfrentar o Koscheck.

Você acredita que uma nova vitória contra o Koscheck te colocaria novamente perto do título?

Ele é um cara top, está entre os tops e com certeza não só eu, mas qualquer um que o vença vai lá para o inicio da fila.

O que você está achando de treinar com o Anderson e o pessoal da Xtriker? Que toques você vem recebendo?

O Anderson é um cara sensacional que entende muito de luta e está me dando vários toques proveitosos, eu só tenho a agradecer os toques que os caras estão me dando. A equipe dele é muito boa, os treinos aqui na X-Gym estão muito fortes, só tenho a agradecer a todos.

Como surgiu essa oportunidade?

Quem me apresentou a galera foi o Wallid, que conhece todo mundo, e eu falei a ele que queria passar uma temporada aqui no Rio e ele foi e correu atrás e viu que aqui era o melhor lugar para eu treinar. Cheguei a dar uns treinos na Nova União.

Você vai voltar a treinar na Nova União ou vai ficar agora aqui direto?

Pretendo dar uns treinos na Nova União sim, estarei lá e aqui. Os treinos lá são diferentes dos daqui, mas lá você treina tudo e aqui também, a diferença é a quantidade de sparrings e de treino, e eu estou procurando muita variedade de treinos.

E qual a diferença do seu treinamento em Brasília para o daqui?

A equipe onde eu treino está começando a crescer agora, não tem tantos caras de alto nível como aqui, tem muita gente chegando, muita gente querendo, mas o nível das equipes aqui é maior pela quantidade de atletas tops que estão competindo internacionalmente. Para eu não ficar viciado naquele treino sempre com as mesmas pessoas, estou fazendo essas viagens para poder diversificar o meu treino.

Como é a sua relação com o BOPE? Você vai ficar distante um mês, o pessoal te libera para treinar?

Eu estou de férias agora, mas mesmo se não estivesse, meus comandantes lá dão maior apoio para mim, apoiam e são grandes admiradores do esporte. Nunca tive nenhum problema quanto a isso.

Você pretende algum dia largar a carreira de policial?

Eu não tenho essa pretensão, pois eu gosto de ser policial e fazer parte do Batalhão de Operações Especiais, me sinto em casa lá e não tenho a menor pretensão de sair, não.

Qual a rotina mais difícil: a do Bope ou a do MMA?

As duas rotinas, apesar de diferentes, são difíceis, mas ao mesmo tempo são bastante gratificantes, pois tudo aquilo que você faz com gosto você faz feliz. Adoro o treinamento do Bope e o MMA também. Apesar do desgaste diário, gosto dos dois.

Qual a maior adrenalina, a de um tiroteio na periferia ou a de subir no octagon?

É diferente, porque em um tiroteio você não sabe o que pode acontecer, então é muito imprevisível e a adrenalina sobe muito. No ringue a adrenalina sobe muito, mas você se preparou e sabe o que pode vir do adversário, então acho que é uma coisa mais controlável.

Você tem medo que algum tiro ou alguma fatalidade na polícia possa interromper sua carreira?

Medo eu não tenho, e sim uma preocupação de não me machucar e de voltar para casa, mas a gente não fica com esse medo, senão esse medo pode empatar a operação. O cara jamais pode refugar em um tipo de situação dessas, procuramos não pensar nesse medo e sempre ir em frente.

Se você tivesse que optar por uma das duas carreiras, qual você escolheria?

Aí eu não ia pensar em mim e sim na minha família, nas pessoas que dependem de mim, então eu acho que pelo MMA ser uma profissão mais rentável eu optaria pelo MMA, mas não por gostar mais de um ou de outro, sim pelo dinheiro

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