quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Governador do Rio vira padrinho do Vale Tudo

Carlos Ozório

Sérgio Cabral e o promotor de lutas Amaury Bitetti - Foto: Carlos Ozório

Numa cerimônia onde o mais prolixo dos oradores não discursou nem por 90 segundos, Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, falou por pouco mais de 11 minutos. Uns 4 deles dedicados ao MMA (Vale Tudo) e o restante usado para promover seu governo, ato comum e contínuo entre políticos maduros.

A cerimônia aconteceu ontem no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. E marcou a parceria entre governo do Estado e o mega evento de MMA Bitetti Combat, que tomará curso no dia 12 de setembro no Maracanãzinho.

Cabral assinou um acordo (parceria) entre o governo do Rio e o Bitetti Combat, que prevê, até 2016, apoio do Estado a um projeto voltado para comunidades carentes chamado “Luta pela Pacificação”. E recebeu um par de luvas de presente.

Estavam na cerimônia as principais feras do evento e alguns nomes influentes no Rio, como o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, o secretário de Esportes Chiquinho da Mangueira, a secretária de Turismo, Esporte e Lazer Márcia Lins e o superintendente da Polícia Federal Ângelo Gioia.

Sobre o MMA e o projeto que levará as artes marciais às crianças das favelas cariocas, Cabral afirmou de mais relevante:

- Gosto da luta política, da luta das idéias, mas no ringue sempre fui um fracasso. Mas, me realizo no meu filho Marco Antônio. Meu filho tem 18 anos e não conheço ninguém mais fanático (por lutas) do que ele e mais tranquilo. A luta foi importante na sua formação.

- Não conheço ninguém mais pacífico que meu pai. E ele adora essa luta (o MMA), não perde um.

- O evento (Bitetti Combat) em si já é um grande gol para o Rio. Nós temos apoiado grandes eventos no Rio, temos dito ao Comitê Olímpico Internacional que somos capazes de realizar as Olimpíadas de 2016, - disse Cabral.

O interesse de Cabral em se unir ao Bitetti explica-se pela aproximação da definição da sede das Olimpíadas de 2016. Ele sabe que um grande evento de MMA, apesar de não ser um esporte olímpico, poderá ter uma repercussão positiva para a sua cidade no cenário internacional.

Uma jaula em formato de octógono ao estilo do que será usado no Bitetti Combat foi armado no quintal do palácio para a cerimônia de ontem. Algumas lutas de exibição foram travadas. Marco Antônio, filho do governador, enfrentou Milton Vieira, experiente atleta de MMA.

Também teve Henrique Chocolate vs Leonardo Chocolate e Rodrigo Artilheiro vs Antoine Jaoude. A que despertou mais interesse na platéia de quase 300 espectadores presentes ali foi Ricardo Arona vs Paulo Filho. Tudo luta de mentirinha.

Do lado de fora da jaula, umas jornalistas da imprensa tradicional se queixavam porque os atletas não tiravam as blusas durante as apresentações.

Alguns nomes conhecidos do MMA marcaram presença na cerimônia. Dentre eles, Robson Gracie, Oswaldo Alves, João Alberto Barreto, Oswaldo Paquetá, Artur Mariano, Luiz Alves, Daniel D´Dane, Eraldo Paes, Rousimar Palhares “Toquinho” e Sérgio Babu.

No final da cerimônia, o blog Mano a Mano colheu o depoimento dos principais atletas que lutarão no Bitetti. E também de Roberto Dinamite, um dos padrinhos do evento, e André Bottino, um dos organizadores desse show de lutas:

Roberto Dinamite:
Todo esporte que vem pra integrar e que tem um cunho social é importante. O Brasil precisa fazer eventos que venham de encontro com a população que aprecia os esportes para estar elevando o nome do Brasil como candidato para sede das Olimpíadas de 2016.

Rogério Minotouro, atleta do evento:
Essa união com o governo atrai a mídia, atrai patrocínios, investidores para o esporte. O governo do Estado tem feito bons eventos e não vai pecar dessa vez. Tenho acompanhado a parte de marketing e tá sendo feito um bom evento. O governador sentiu firmeza, será um divisor de águas.

André Bottino, organizador:
Essa cerimônia foi sem precedentes, importantíssima. Hoje, é o divisor de águas no MMA nacional e fará a diferença para esse esporte.

Ricardo Arona, atleta:
Essa cerimônia da união do governo com o Bitetti significa é passo a um rumo diferente no MMA, já que ele nunca teve a importância que deve ter. Espero que possamos ter outros eventos como esse no Brasil.

Paulo Filho, atleta:
Estou muito satisfeito em estar sendo reconhecido, porque é um esporte muito árduo, muito difícil, é individual, é dor, suor, sofrimento, pancada, é botar a vida em risco, a saúde em risco. Eu tô muito satisfeito que nesse momento as pessoas de grande porte possam reconhecer o nosso valor.

Luciano Azevedo, atleta:
Isso vem pra ajudar muito nosso esporte que ainda não tem um grane reconhecimento no Brasil como tem lá fora. Será o primeiro de muitos.

A conferir!


mma mano a mano

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