quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Cigano comemora nocaute sobre Yvel, mas já treina de olho em Napão

Gleidson Venga

*Foto: Dave Mandel/Sherdog.com

Junior Cigano não para. Logo após nocautear Gilbert Yvel no UFC 108, no último dia 02, o brasileiro já teve seu próximo adversário anunciado. Ele enfrentará Gabriel Napão no dia 21 de março, no “UFC on Versus 1”, evento especial da organização para o canal de tevê americano Versus. Em entrevista ao Portal do Vale Tudo, Cigano comentou sua última vitória, mas já espera uma nova batalha pela frente.

Sua luta contra o Gabriel Napão já está confirmada, certo?

Está sim, acabei de assinar o contrato e já estou me preparando para essa luta, que vai acontecer no dia 21 de março.

Você esperava voltar a lutar pouco mais de dois meses após vencer o Yvel?

No fim do ano passado, o pessoal do UFC me avisou que eu estaria bem ocupado este ano. Mas estou pronto pra qualquer um, o Napão é um grande lutador, muito duro. Vou me preparar novamente pra esse combate com muito foco, e chegar lá 100%.

Você venceu sua quarta luta no UFC, desta vez contra o Gilbert Yvel, todas elas por nocaute ou nocaute técnico. Como se sente com isso?

Me sinto ótimo. Graças a Deus estou com 100% de aproveitamento. O trabalho deu certo mais uma vez. A estratégia era sentir a luta em cima, na trocação, já sabendo que, se minha mão entrasse, ele poderia sentir. Foi exatamente o que a gente treinou.

Você chegou a pensar na possibilidade de levá-lo para o chão ou sua tática desde o início era partir pra trocação?

A estratégia era essa, de sentir em pé, porque inicialmente ele é muito bom na trocação, mas também é a base na qual eu mais confio. Então não poderia descartar a parte que sou mais forte assim, do nada, mas caso ficasse complicado eu colocaria pra baixo pra desenvolver a luta no chão. Graças a Deus, a mão entrou, já sabíamos que ele poderia sentir. A minha mão é pesada, e deu no que deu.

Você encarou alguns dos melhores strikers do mundo no UFC, e os venceu em pé. Esse foi mais um recado para seus futuros adversários de que devem temê-lo na luta em pé?

Acho que sim. Os caras são da trocação, ninguém trocava contra eles, todo mundo ia botando pra baixo, e foi aí que eu mudei. Tentei supreendê-los e deu certo.

Qual a importância do Luiz Dórea em seus treinamentos?

A gente fica junto o tempo todo, faz tudo junto, como treinador e aluno, e amigos também. Ele dá dicas de trabalhar muito a cabeça, pra ficar bem, e isso fortalece demais.

Todo mundo sabe da sua capacidade na trocação, mas como são seus treinos de chão?

Comecei a treinar com o Rogério Minotouro, fui com ele à luta dele, e depois voltei para a Bahia. Foi a única vez que fiz o treinamento todo e acabei todo aqui. O Demian Maia veio aqui treinar boxe e aproveitou para me dar uma força. O Lula Molusco colou comigo nos sparrings, por pior que o tempo estivesse pra ele, ele estava lá treinando comigo e tenho muito a agradecê-lo. O Crocotá também estava lá comigo e acho que consegui fazer um bom trabalho aqui, cheguei bem na luta, apenas com aquela ansiedade normal. O gás é 80% da luta e eu tava bem preparado.

O que você espera dessa luta do Rodrigo Minotauro contra o Cain Velasquez?

Eu acho que o Velasquez já se mostrou um cara duríssimo, além de ter muito gás. Ele também tem excelente wrestling, mas o pessoal sabe que o Rodrigo é diferente, é um cara acima da média. Todo mundo pôde ver na volta dele, contra o Couture, que para mim foi a melhor luta de todos os tempos. Tenho certeza que essa luta vai ser dura, mas vejo o Cain dando uma trocadinha com ele, mas acredito que o Rodrigo é melhor na trocação. Acho que o Cain vai derrubar, é melhor nas quedas, mas acredito numa finalização do Rodrigo.

Você aposta em alguém na luta pelo título interino entre Shane Carwin e Frank Mir?

Apostar, não sei se dá. Mas vai ser uma luta muito boa, apesar de achar que deveria ser o Rodrigo disputando esse cinturão interino. O Mir acabou de disputar o título com o Brock Lesnar, e o Couture também tem muito mais nome que o Cheick Kongo, então a disputa do cinturão interino deveria ser do Rodrigo x Velasquez. Mas é o UFC que decide, e eu acho que será uma boa luta, dura para os dois, e não vai até o final. O Carwin já se mostrou bastante capaz, é um bom trocador, mas o Mir é bastante completo e apostaria numa vitória dele.

O que você achou da estreia do Rogério Minotouro e o que espera do futuro dele no UFC?

O pessoal daqui do Brasil, principalmente, já sabe como ele é. Ele precisava de uma oportunidade como essas, pegou logo um top pela frente e demonstrou seu potencial. Sei muito bem o peso daquelas mãos, já tomei muito delas, e o Banha sentiu fácil a mão dele. Tenho certeza de que ele pode impressionar muita gente, porque, tanto na trocação quanto no chão, o Rogério é muito bom mesmo. Acho que nessas duas áreas não tem mais ninguém pra fazer frente a ele, nem na trocação, nem no chão. Os caras podem surpreendê-lo no wrestling ou outra coisa, mas nessas duas áreas ele é muito bom e num futuro próximo pode ser detentor de um cinturão também.

PVT

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