Thales Leites está disposto a apagar a imagem que deixou nas suas duas últimas lutas. Depois de emplacar uma série de cinco vitórias, Thales acabou perdendo para Anderson Silva, na disputa pelo cinturão do UFC, e depois para Alessio Sakara. Fora do UFC, o niteroiense já tem data para voltar ao octagon. Ainda sem adversário definido para o MFC, que acontece no dia 4 de dezembro no Canadá, Thales falou sobre o recomeço, e promete mudanças. “É tudo o que eu queria, arrumar uma luta pra não ficar muito tempo de molho... Esse é o foco, sede de vitória. Vou ser diferente, botei na minha cabeça que tenho que ser um cara mais agressivo e se tiver que lutar em pé vai ser assim, se for no chão vamos pro chão”, afirmou o casca-grossa, no bate-papo exclusivo que você confere abaixo.
Quando você volta a lutar?
Eu vou lutar o MFC no Canadá, dia 4 de dezembro. Ainda não sei quem vai ser o adversário, na verdade eu ainda não assinei o contrato. O Ed falou que está tudo certo, que vai mandar o contrato essa semana. Já me ligaram, está fechado, só falta assinar.
Como está a expectativa para voltar?
É tudo o que eu queria, arrumar uma luta pra não ficar muito tempo de molho. Eu fechei duas lutas, uma agora e outra em março. Isso é tudo o que eu precisava. Vou lutar no Canadá, um evento que passa na
TV canadense, e tem uma galera que saiu do UFC e vai lutar lá, como o Jason MacDonald, Marvin Eastman e o Dean Lister, então é maneiro. O evento já está na vigésima edição, não é um evento que está começando agora, então estou amarradão. Esse é o foco, sede de vitória. Vou ser diferente, botei na minha cabeça que tenho que ser um cara mais agressivo e se tiver que lutar em pé vai ser assim, se for no chão vamos pro chão.
O seu objetivo é vencer essas duas lutas para tentar voltar ao UFC?
Eu quero focar só no evento, na luta. Lógico que o foco de todo lutador é o UFC, eu já estive lá e sei o quanto que é bom, se tiver uma oportunidade de voltar eu vou, mas estou trabalhando para esse evento agora e só quero pensar nisso. O contrato é só de exclusividade na América do Norte, então eu posso lutar no Japão ou no Brasil, onde pintar a oportunidade. Fechei duas lutas num espaço de quatro meses, estou feliz.Lógico que fiquei chateado com o que aconteceu na minha saída do UFC. Numa hora eu faço uma luta pelo cinturão, tudo bem que não foi uma das lutas mais excitantes, depois me botam no undercard, acontecendo o que aconteceu e me tiram do evento. Sei que é business, os caras trabalharam para estar onde estão hoje.
Olhando para trás, tem alguma coisa que você se arrepende de ter feito ou de não ter feito?
É complicado falar... O meu treinamento foi legal, mas às vezes você não rende. Com o Anderson eu nem falo, o cara é muito difícil de lutar, está muito acima do nível da galera, mas eu estava com a chance da minha vida e não fui pra cima pra tomar um nocaute, e acho que as pessoas ficariam mais satisfeitas com isso. Como eu fiz uma luta mais tática e cautelosa,deu no que deu. Ele é o campeão, estava defendendo o cinturão e se eu ganhasse eu seria o cara que ganhou do Anderson. Ele tinha mais a perder do que eu, anulou o meu jogo e cresceu durante a luta.
Na minha luta com o Sakara eu treinei bem, fiz preparação física e tudo, mas eu cansei no segundo round. Minha filha tinha nascido há uma semana, eu fiquei gripado, não sei se foi emocional ou algum coisa assim, mas isso não é desculpa. Eu sou pago para chegar ali 100% independente de qualquer coisa. Mas isso acontece com qualquer lutador. Independente de ter lutado mal ou não, eu continuo achando que ganhei aquela luta. São ossos do ofício e acontece no esporte. Não vou baixar a cabeça nunca, sei do meu potencial e bola pra frente. O que eu vou fazer agora é buscar ser mais agressivo, porque a tendência do MMA mundial é a trocaçao, a galera quer ver emoção. Cada hora tem mais gente assistindo, e a maioria é leigo, então a pessoa gosta de ver soco. Um soco é um soco, se você ficar tentando derrubar fica chato pras pessoas verem, eu entendo isso. Trocação, nocaute... Botei isso na minha cabeça, estou treinando Boxe e Muay Thai há algum tempo e estou seguro, confiante. Vamos pro tudo ou nada.
Aonde você está treinando?
Além da Nova União, estou treinando com o (Josuel) Distak, Niterói. Estou aprendendo muita coisa. O Marcelo Aguiar, com quem eu treinava Muay Thai, parou de dar aulas, e fiquei sabendo que o Distak estava dando aula em Niterói. Me encontrei com o Bebezão, que me chamou. Encontrei o Distak no Bitetti Combat e ele me chamou pra treinar. O Distak puxa um treinão pra gente, é ótimo pra mim, um treino bom e perto de casa. Está sendo bastante proveitoso para mim.
Você já treinou com o Paulão?
Não, ele ainda não foi desde que eu comecei, há alguns dias, mas estão o Bebezão, Felipe Mongo, tem uma galera. Não tem uma galera de lutador profissional, mas tem uma galera de academia que não é conhecido no meio da academia, mas é porradeiro. Estou me sentindo muito bem.
Vai rolar um intercâmbio com a X-Gym no Rio, para treinar com o Anderson e os irmãos Nogueira?
Sem problemas... Eu não tenho problema com ninguém. Me dou bem como Anderson, estava falando com o Ed que queria dar um treino lá. Conversei com o Minotouro e ele falou que eu posso ir lá sempre que puder. Estou sempre disposto a aprender coisas novas, ainda mais com esses caras.
O Anderson deve enfrentar o Vitor Belfort agora. Como você acha que vai ser essa luta?
Vou te falar a verdade, é difícil. São dois brasileiros cascas-grossas, os caras tem uma bagagem do caramba. Eu acho o Vitor um cara muito perigoso e tem uma mão boa, mão por mão o Anderson também tem, parece que ele está treinando quando está lá dentro. É o duelo de titãs, mas acho que o Anderson está num nível acima, mas o Vitor tem uma mão muito rápida. Tudo pode acontecer, mas se eu tiver que escolher eu acho que o dá Anderson. Que vença o melhor, não dá pra falar o que vai acontecer. O Vitor é um cara muito técnico, não é só veloz, não solta o golpe só por soltar, já nocauteou muita gente, assim como o Anderson. O Anderson não é só o Boxe, tem o Muay Thai, se movimenta muito bem...
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