segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Novas regras para o MMA?

Antonio Menezes*

A cada 18 meses em média, a Nevada State Athletic Commission (Comissão Atlética de Nevada, órgão responsável pela regulação desportiva neste estado americano) reúne-se para debater possíveis mudanças nas regras. A última reunião foi dia 17 de agosto. Na pauta do MMA, algumas questões importantes e polêmicas, como a possibilidade de lutas que não valem título durarem 5 rounds e o uso de replay pelos juízes.


BJ Penn contra St-Pierre.

A alternativa dos 5 rounds divide opiniões. Por um lado, há quem diga que isto poderia evitar que lutas muito equilibradas sejam decididas pelos juízes – o que aliás tem acontecido bastante, e com resultados bastante discutíveis. Numa luta de 5 rounds, a probabilidade de finalização ou nocaute é maior, assim como a chance de que algum lutador consiga claramente mostrar superioridade. Isto por si só já justificaria a aprovação da nova regra: quanto menos subjetivo for o resultado de uma luta, melhor. Além disso, há a questão do espetáculo – quem é que não gostaria de ver Minotauro x Couture em 5 rounds, ao invés de apenas 3?

Mas há quem critique a ideia, dizendo que o MMA ficaria mais parecido com o Boxe, ou seja, repleto de lutas lentas, arrastadas, demoradas. Uma das coisas que diferencia o MMA é justamente a explosão, a velocidade dos combates: o público quer ver lutadores que entram no octógono dispostos a ir para a guerra, lutadores que fazem de tudo para cobrir seus adversários de porrada, e não ficar de joguinho estratégico, esperando o tempo passar para conquistar uma vitória por pontos. O argumento tem lá a sua razão. Ainda assim, acho que os 5 rounds seriam uma boa novidade – desde que válidos apenas para o chamado “main event”, a luta principal da noite.



Quanto ao replay, a proposta é que os juízes possam ter acesso às imagens da luta para decidir se, por exemplo, golpes ilegais foram aplicados. A iniciativa é ótima, mas sinceramente, o que o MMA precisa com mais urgência não é de televisores para auxiliar os juízes – mas sim de juízes melhores, que saibam se posicionar corretamente no ringue, que não encerrem a luta sem necessidade (o que vem acontecendo com uma freqüência impressionante) ou deixem o combate continuar mesmo com um lutador nitidamente atingido de forma ilegal, como ocorreu na última luta do Cro Cop no UFC. Para este tipo de erro bizarro, não há replay que dê jeito.

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Não poderia deixar de comentar, ainda que brevemente, a bela vitória da Cris Cyborg sobre Gina Carano no Strikeforce. Pela primeira vez, um combate entre duas mulheres foi a luta principal da noite, e com um cinturão em jogo. Cyborg escreveu seu nome na história do MMA com a sequência avassaladora de socos que forçou a interrupção da luta nos instantes finais do primeiro round. Uma bela vitória, sobre uma bela adversária.

E será que finalmente o Mousasi vai ganhar o reconhecimento que já vem merecendo há algum tempo?


* Antonio Menezes é jornalista.
graciemeg

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