quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Anderson Silva

Por Marcelo Alonso

Campeão indiscutível da categoria midleweight, Anderson Silva resolveu se testar pela segunda vez no UFC entre os meio-pesados. Encarando Forrest Griffin, ex-campeão da categoria de cima, e que tinha em seu cartel expressivas vitórias sobre Maurício Shogun e Quinton Jackson, a expectativa era de um grande combate. Muitos apontavam Griffin como um dos adversários que mais traria problema para Anderson, mas, ao soar o gongo, o brasileiro mostrou que é acima da média. Depois de aplicar dois knock downs, Anderson baixou a guarda, e com um jab de encontro derrubou Forrest pela terceira vez, concretizando o nocaute e uma das vitórias mais espetaculares do MMA. Mesmo após uma brilhante vitória, Anderson manteve a sua humildade. Confira abaixo a entrevista com o campeão.

Esperava uma vitória assim sobre o Griffin?

Deu tudo certo, graças a Deus foi tudo tranqüilo. A gente treinou para uma luta dura. Esperava uma luta dura, só que conseguimos ser superior.

Como foi a emoção depois de conseguir o nocaute?

Ele caiu, eu estava esperando ele levantar, mas o juiz já entrou na frente e, graças a Deus, deu tudo certo. Eu só tenho a agradecer a todo mundo que fez parte da minha vida para eu me tornar um lutador, todos os meus treinadores desde que eu comecei a treinar.

O Distak disse que você precisava de estímulo. Essa luta te deu isso?

É outro estilo de luta. Não dá para comparar, o Thales é um grande lutador, mas não tem como você colocar um cara como o Thales, que luta chão, com um cara que luta em pé, porque a luta vai ser ruim, não tem como, não casa o jogo. Não é que um atleta é isso ou outro é pior, cada um tem sua especialidade, se colocar um cara do wrestling para enfrentar um cara do Jiu-Jitsu você vai ter uma luta boa, mas se você colocar um cara do Jiu-Jitsu contra outro do Jiu-Jitsu, você vai ter uma luta ruim, porque você vai ter dois caras do Jiu-Jitsu que vão cair no chão e vão ficar fazendo Jiu-Jitsu, entendeu? Se você quer uma luta boa, você tem que colocar dois caras que vão trocar pau que você vai ter uma luta boa. Se você colocar um cara que troca em pé e o outro quer chão, o cara que luta em pé vai fazer o anti jogo para ficar em pé e o cara do chão vai fazer o jogo para colocar para baixo. Então é difícil, jogo é jogo. Quero até aproveitar a oportunidade para falar que o Thales foi roubado na luta. Ele estava lutando bem, ganhou a luta e foi roubado na cara dura.

O Dana White vem insistindo em fazer no futuro uma luta entre você e o Lyoto Machida, mas você já disse que não lutaria...

Jamais eu faria com o Lyoto. Isso está fora de cogitação. O cara é um irmão, seria como lutar com o Rodrigo e o Rogério. Não existe essa possibilidade, nem por qualquer dinheiro no mundo.

Qual é o seu próximo compromisso? Vai ajudar o Minotauro?

Meu próximo compromisso é ajudar o Rodrigo nos treinamentos para esta luta com o Randy Couture. Estou aqui no CT e vamos continuar esse treinamento, vamos ver como nós vamos poder ajudá-lo, está todo mundo estudando essa luta, então vamos ver como podemos ajudar ele. Espero mais uma vitória, vamos trabalhar muito para que isso aconteça.

E o Roy Jones Jr., você voltou a falar dessa luta com o Dana White, em que situação ficou esta luta?

Ele estava lá no evento, foi assistir a minha luta, pessoa fantástica, um cara bacana, educado... Com todo respeito do mundo, estou feliz no UFC, amo o Ultimate de paixão, sou muito bem tratado lá, mas não tem como ninguém decidir isso, pois é um desejo pessoal meu, espero que eu possa fazer isso e bem.

Você vem falando em aposentadoria, mas pareceu mais motivado nesta luta e deixou a galera com vontade de te ver mais vezes lutando. Você ainda está com essa idéia de aposentadoria?

Vamos esperar para ver o que vai acontecer, mas essas idéias continuam firmes na minha cabeça.

Você sempre foi fã do Michael Jackson, como você encarou a morte do ídolo?

Fique mal cara, fiquei dois dias mal. Fiquei tristão, chorei e tudo, fiquei mal mesmo. O cara fez parte da minha história, sou fã dele, fazia o cover dele, dançava nas festinhas americanas as músicas dele, eu adorava. Ele tem uma história muito bonita, de dedicação, de trabalho duro, sofreu muitas críticas... Era um cara que eu tive uma referência muito grande. É um cara que vai fazer muita falta pra mim com certeza, fez uma grande diferença na minha vida como pessoa, na minha trajetória... Amava o Michael de paixão, era louco pelo cara, tinha até pôster no quarto.

Você sugeriu uma luta entre o Vitor Belfort e o Wanderlei Silva. Acha que é possível acontecer essa luta?

Com todo respeito ao Vítor e ao Wanderlei, não estou diminuindo ninguém não, mas seria uma luta boa, uma luta que venderia, os caras já lutaram, na época o Wanderlei fazia a primeira luta dele no UFC, eu estava torcendo pelo Wanderlei, apesar deu ser um fã do Vitor, na real ex-fã, não sou mais fã do Vítor, acho que essa luta teria que acontecer sim cara, acho que seria uma luta boa que o Dana White faria. O Wanderlei é um grande striker, ele vai para cima, procura a luta, é uma luta que tudo pode acontecer, mas acho que o Vítor não vai querer trocar com ele. Mas é uma luta que venderia legal, seria uma boa luta para o Wanderlei.

Tem alguém que você gostaria lutar?

Tem um monte de cara duro, tem que treinar, o que me da estímulo é que tem sempre alguém treinando para me ganhar. Então, enquanto eu estiver lutando, vou estar treinando para não ser surpreendido. É lógico que se eu lutar mais três ou quatro anos, uma hora eu vou acabar perdendo, isso é fato, a gente trabalha com esta hipótese também.

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