quinta-feira, 18 de junho de 2009

Após resultados controversos, Comissão Atlética estuda implantar replays instantâneos

Johnson_Burns_dedada

Por Melvin Laurindo – Brasil Combate

Não é de hoje a idéia de implantação de replays instantâneos na análise de momentos controversos nos esportes. Como brasileiros, muito já escutamos sobre a aplicação dessa tecnologia no futebol, para observação de gols impedidos, por exemplo. Na NBA, maior liga de basquete do mundo, o recurso já é utilizado. Também o é na NFL, a liga de Futebol Americano dos Estados Unidos.

Da mesma forma, para o MMA também se faz a mesma reivindicação. Os fãs e profissionais, de maneira geral, também criticam a falta da aplicação desse recurso em resultados controversos, como aconteceu no último UFC, onde Mirko “Cro Cop” Filipovic acabou vencendo por nocaute técnico após acertar com o dedo — ao que tudo indica, sem intenção — o olho de Mostapha Al-Turk.

Outros casos recentes também podem ser citados, como a vitória de Kevin Burns sobre Anthony Johnson, também no UFC, onde o primeiro acertou violentamente o olho de Johnson e acabou vencendo por nocaute técnico em controvérsia bem parecida à que envolveu Cro Cop e Al-Turk.

A boa notícia é que parece que esses fatos andaram motivando a NSAC (Comissão Atlética do Estado de Nevada) a estudar a aplicação dos replays nas lutas de MMA, quando houver a aplicação de algum golpe ilegal.

Keith Kizer, Diretor Executivo da NSAC, afirmou que está em estudos a aplicação de replays instantâneos em lutas onde os golpes ilegais determinem o fim da luta, como foi o caso das lutas de Cro Cop/Al-Turk e Burns/Johnson.

Em lutas onde o golpe ilegal não for acusado ou não determinar o fim da luta, o combate deve continuar. O motivo disso se deve ao fato de que, se o lutador é acertado com um golpe ilegal, no meio da luta, não o acusando e não vindo a cair em sua decorrência, não se pode alterar todo o resultado da história que a partir dali se desenvolveu no combate. Imagine-se, por exemplo, se após uma joelhada no chão, que não teve maiores efeitos, a luta fosse parada no intervalo de rounds, para a decretação de um “no contest”. Em situações assim, haveria inúmeras críticas ao sistema, o que acabaria atrapalhando ao invés de ajudar.

Assim, um golpe ilegal que passasse despercebido pelo árbitro e não determinasse o final da luta não seria atingido pela potencial nova regulamentação.

Kizer explica que “Uma vez que há continuidade na luta, você não pode voltas atrás”, disse. “Não há nada que se possa fazer em virtude da continuação”, finalizou.

“Seria apenas naquelas situações onde há uma parada imediata da luta e o árbitro procura saber se foi devido a uma falta intencional ou acidental que determinou a parada da luta. Ainda assim seria uma tarefa para o árbitro. Não seria trabalho da Comissão. Não seria do córner. Não seria do promotor. Seria uma decisão do árbitro da luta, assim como no futebol (americano). Se ele olha pra isso (golpe ilegal) e não consegue identificar, devemos continuar com a interpretação inicial”, afirmou Kizer.

É certo que, se for de fato implementado, o sistema ainda será passível de muitas críticas e poderá (assim como evitar) gerar resultados controversos. Nos outros esportes, entretanto, houve um ganho considerável na detecção de ilegalidades com a aplicação da tecnologia. Esperamos, como fãs do esporte, que a tecnologia venha para ajudar e não para aumentar o número de discussões sobre resultados.

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