segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Especial Royce Gracie



Dana White, presidente do UFC, disse que a razão "disso tudo" é Royce Gracie. O "disso tudo" em questão é o MMA, antigo vale-tudo, ter se tornado o esporte que mais cresce no mundo, e o Ultimate Fighting Championship gerar bilhões de dólares e audiência nos Estados Unidos superior a NBA, Superbowl e boxe.

Royce é o responsável pelo início da carreira de 10 entre 10 lutadores da geração atual. Anderson Silva, dono do cinturão peso-médio do UFC, trocou os desenhos animados do "Savamur" que passavam na televisão no início da década de 90 pelos treinos na vida real de artes marciais, quando... (clique em leia mais)viu um lutador mais baixo e bem mais leve, usando quimono, superar três adversários com quase o dobro do peso numa mesma noite. Em 93, no nascimento do UFC, não havia categorias de peso e o evento era em forma de torneio. Nascia ali, ao mesmo tempo, a fascinação mundial pelo octógono, pelo jiu-jitsu, pela luta moderna.
Não existiria legado algum se não fossem os esforços do meu pai para provar que o jiu-jitsu é a arte marcial mais eficiente do mundo


15 anos depois, o Sensei SporTV conversou com o mito Royce Gracie, em entrevista que vai ao ar em dois episódios. O primeiro, no próximo sábado, dia 31, à 00h30m (de Brasília). Apesar de ter a exata noção da influência que exerceu e ainda exerce nos lutadores e simpatizantes do vale-tudo e agora Mistura de Artes Marciais (MMA), hoje aos 42 anos de idade ele relaxa, tira a responsabilidade das costas com muita técnica como quem sai de um estrangulamento e dá todo o crédito ao pai, Hélio Gracie.

- Não existiria legado algum, não existiria UFC sequer, se não fossem os esforços do meu pai para provar que o jiu-jitsu é a arte marcial mais eficiente do mundo.

Tamanho não é documento

Na entrevista, Royce revela que foi o escolhido para representar os Gracies no primeiro Ultimate por ter um peso perfeito para a finalidade que o jiu-jitsu propõe. Rórion, irmão mais velho e criador do Ultimate Fighting, viu em Royce um meio termo entre o Rickson e o Royler, e optou pelo do meio porque não surtiria o mesmo efeito se alguém do peso do Rickson finalizasse os oponentes. Não seria tão convincente. A desvantagem de peso era a chave para chocar o mundo e provar que técnica supera força. Royler era leve de mais na época, e então, no dia 12/11/93, Royce Gracie entra em cena em meio ao igualmente histórico trenzinho dos Gracies, e vai enfileirando os gigantes um a um, de chave de braço a estrangulamento, obrigando todos a desistirem da luta, caso contrário teriam o braço quebrado, ou apagariam, desmaiados graças ao até então desconhecido "mata-leão".

"Não bateria ali, nem em nenhuma outra ocasião"

Falando em desistência, Royce revelou que não desiste. "Paciência e persistência são minhas maiores virtudes", disse Royce no sítio do pai, em Itaipava, numa rápida passagem pelo Brasil para as festas de final de ano. Não desistir, no jiu-jitsu, pode significar "apagar", exatamente o que aconteceu com ele, ao ser estrangulado por Wallid Ismail com um golpe chamado de "relógio". O evento era grandioso, foi montada uma arena olímpica em plena praia de Copacabana, mas o que fez do dia 17 de dezembro de 1998, uma data histórica foi o Royce ter dormido num ataque do Wallid. A rivalidade era máxima, nada comparável com os dias de hoje. E, em frente a duas mil pessoas, o representante do clã Gracie se recusou a bater, ou seja, a dar os três tapinhas que caracterizam a desistência. Na entrevista, Royce disse que apagou sim, mas com honra.

- Não bateria ali, nem em nenhuma outra ocasião.

Não bateria quando Matt Hugues esticou o braço dele no UFC 63, resistindo até que o árbitro interferisse e interrompesse o combate. Desde então, Royce não voltou a lutar no UFC, já que é contratado do K-1, e como funcionário do MMA, se mantém em forma correndo 10km por dia, treinando jiu-jitsu de quimono e se alimentando somente à base de frutas, dieta Gracie pura. Fiel às raízes. Pai de três meninos e uma menina, morando em San Diego nos Estados Unidos, Royce não se preocupa tanto com a crise financeira americana, uma vez que ele é o lutador mais bem pago do mundo. Segundo o próprio, dizem que o russo Emelianenko Fedor tem o melhor contrato da atualidade.
-Eu ganho mais - finaliza.

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