Após perder a chance de disputar o cinturão dos pesados do UFC contra o campeão Cain Velasquez, que se contundiu, Junior Cigano ficou bastante chateado. Mas algum tempo após a frustração, o baiano foi surpreendido mais uma vez, mas de forma positiva, ao ser convocado para ser o comandante de uma equipe no TUF 13. Na entrevista exclusiva que você confere abaixo, o peso pesado falou sobre as gravações do reality show do UFC, analisou o desafio que teve com a língua inglesa e o medo que sentiu, avaliou a convivência com Brock Lesnar, seu próximo desafio, entre muitos outros assuntos.
Como foram as gravações do TUF 13? Como foi o desafio de falar inglês?
As gravações foram boas para caramba, uma oportunidade muito boa para mim na questão de divulgação da minha própria imagem, mas foi um grande desafio para o meu inglês. Como você falou, eu sei muito pouco inglês, entendo um pouco agora, justamente por causa desse convívio de estar nos Estados Unidos, mas não estudo. Foi uma parte bem difícil, que me deixou bastante nervoso no início. Mas depois de uns dias lá dentro do show, as coisas foram tomando um rumo, a gente foi achando um jeito. A gente sempre dá um jeito, afinal sou brasileiro, não é? Sempre achando um jeitinho para conseguir se desenvolver bem.
Como você acha que vai ser a resposta do público? De que maneira você acha que isso vai influenciar na sua imagem?
Eu não pensei ainda. Eu acho que a grande jogada desse show é fazer de tudo para conhecer um pouco mais da gente e eu tive a sorte de poder fazer com um cara que já é bastante polêmico, bastante conhecido no mundo da luta, que é o Brock Lesnar, um cara que o pessoal já gosta de assistir. Isso vai ser uma vantagem para mim e eu acho que quanto mais pessoas te conhecerem é melhor, porque hoje em dia a luta é a minha vida e eu quero ficar nisso até quando eu conseguir lutar, e para o resto da minha vida estar envolvido com isso. Para mim é muito importante ter o reconhecimento e a admiração das pessoas. Eu fiz o meu melhor. Foi difícil, mas eu tentei fazer um bom trabalho e acho que o pessoal vai gostar.
Quem te deu uma força lá quando você tinha alguma dificuldade na comunicação?
Era bem difícil, eu até tinha, mas tudo era muito rápido, a gente passava o dia inteiro treinando, e quando não estava treinando, a gente estava fazendo entrevista e outras coisas para o próprio programa, então era o dia inteiro filmando, as câmeras em cima de você o tempo todo, então não tem como o tradutor te ajudar. Você tem que desenvolver ali, senão não tem jeito. Mas eu até tinha alguma ajuda do meu manager, o Ed Soares, do Derek, que me ajudaram um pouco, mas a maioria do tempo eu tive que me virar porque é um reality show, é vida real. Não tinha muito como esperar, tinha que dar um jeito de entender e se fazer entender, então foi bastante difícil, mas a gente conseguiu, graças a Deus.
Foi mais difícil até do que entrar no octógono?
Foi mais difícil do que entrar no octógono, me deixou mais nervoso. Um nervosismo diferente, mas me deixou nervoso. Eu estava com medo no início de não conseguir desenvolver, porque realmente você não dominar a língua em um show que você tem que falar, que você é obrigado a falar em inglês e com caras que só falam em inglês. Isso é um desafio que realmente exigiu bastante de mim. Eu estava com medo no início de não conseguir desenvolver. Mas assim como eu te falei, depois de uns dias eu comecei a colocar a cabeça no lugar, dar uma olhada nas coisas e elas foram se desenvolvendo. Com certeza tinha horas que eu não tinha palavras para dizer o que eu queria e eu não conseguia entender muitas vezes o que eles estavam falando, mas a maioria do que foi falado e dito por mim, ou por eles, dentro da casa, a gente entendia bem e todo mundo teve uma reação muito boa.
Eu falei com você um tempo atrás, quando você perdeu a chance pelo título, e você estava um pouco cabisbaixo, mas as coisas acabaram se ajeitando. Depois de toda essa turbulência, essa sua ida para a casa teve um saldo positivo?
Eu acho que sim. Eu sou muito devoto de Deus e de Nossa Senhora e acredito que as coisas vêm para o nosso bem. Eu acho que isso foi uma das coisas que Deus coloca na sua vida porque eu perdi a chance de lutar pelo título, mas veio uma coisa muito boa como essa, que era até necessária para mim. Muitos dizem que vai ser até melhor do que o título. Eu estou empolgado, ainda não tenho a dimensão que isso vai ter, mas estou bastante empolgado e feliz por ter conseguido passar por mais essa prova na minha vida, que foi bastante complicada.
Como foi essa relação de você conviver diretamente com um futuro adversário, algo inédito para você?
O Brock Lesnar é um cara bastante sério. A gente nem se encontrava muito, porque ele é um cara bastante ocupado, é uma estrela realmente. Ele é um cara que vive na correria, então a gente não teve muito contato, mas no pouco contato que a gente teve, eu pude ver que o cara é inteligente, sério e eu até pude perceber que ele é um cara legal.
Agora que terminou o programa, como está o foco no seu adversário? Já voltou aos treinos pesados?
Já estou em Salvador de novo, iniciei os treinos fortes. Agora é focar no Brock Lesnar, esquecer as outras coisas e focar nessa luta porque sempre a próxima luta é a mais importante da sua vida. Estou me preparando e dia 11 de junho eu vou estar 100%, desenvolvendo todo o meu potencial dentro do octagon e tenho certeza de que vai ser mais uma vitória, se Deus quiser.
http://tatame.com.br/2011/03/12/Cigano-sobre-o-TUF-Eu-estava-com-medo
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