segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Demian Maia busca a trilha do cinturão do UFC

Demian finaliza mais um

Demian finaliza mais um

Depois de atropelar cinco atletas no UFC e ser elevado ao posto de candidato ao cinturão dos médios (84kg), o paulista Demian Maia perdeu a invencibilidade e quase se viu renegado às lutas preliminares do UFC 109.

“Sempre é meio chato isso. Você vê que na verdade o seu valor está diretamente ligado à sua última luta. Não interessa o seu passado, o que você fez”, desabafa Demian em entrevista ao blog Mano a Mano.

Considerado por muitos como o maior representante do jiu-jitsu no MMA, Demian encara o ex-campeão da IFL Dan Miller pela 109ª edição do UFC, no dia seis de fevereiro.

Como vem de derrota para Nate Marquardt em agosto de 2009, o faixa-preta não pode perder se quiser sonhar em disputar a cinta este ano. O atual campeão da categoria é o curitibano Anderson Silva.

Formado em jornalismo e atleta de MMA desde 2001, Demian tem 12 vitórias e uma derrota no cartel contra 11v e 2d de Miller. Aplicou cinco estrangulamentos em seis lutas pelo UFC e ainda levou quatro bônus em dinheiro por melhor “finalização da noite”.

Em entrevista a este blog, Demian fala sobre a derrota avassaladora para Nate. Elogia o próximo rival Dan Miller. E arrisca palpite para o duelo entre Vitor Belfort vs Anderson Silva. Veja abaixo:

Blog Mano a Mano - Seu confronto contra Dan Miller num primeiro momento foi posto no card preliminar e depois foi transferido para o card principal devido ao cancelamento de uma outra luta. Para quem estava a um passo de brigar pelo cinturão é doloroso quase se ver fora do card principal?
DEMIAN - Sempre é, né cara. Sempre é meio chato isso. Você vê que na verdade o seu valor está diretamente ligado à sua última luta. Não interessa o seu passado, o que você fez, as cinco lutas e cinco vitórias por finalização. Não faz diferença. O que interessa é sempre a última luta que você fez. Mas eu sou lutador e sei que é assim que funciona, não adianta eu me iludir. Num primeiro momento é chato, mas isso te dá mais forças para se apresentar ainda melhor.

Seu único algoz Nate Marquardt merece disputar a cinta?
Eu acho que ele merece. Ele demonstrou isso na última luta dele. Ele já teve uma chance, mas do mesmo jeito que eu quero ter outra chance também de continuar lutando e de chegar lá (no topo) de novo, ele também tem o direito dele de chegar lá e disputar. Ele fez por merecer.

O quanto sua carreira andou para trás por conta da derrota para Nate?
Não tenho como mensurar isso. Tudo ainda vai depender das minhas próximas lutas e dos próximos resultados.

Você considera Dan Miller um dos tops da categoria?
Ele não é ainda muito conhecido no Brasil, mas lá fora ele é. Igual o Nate, né. Eu falava do Nate aqui no Brasil e muita gente não sabia quem era, fora o pessoal do meio. Ele já foi campeão da IFL (International Fight League) e é um excelente lutador. É um bom teste pra mim agora.

O que achou de casarem uma luta contra o Miller?
Ele é um cara duro, um cara que já foi um campeão. É um cara bom de chão. Acho que querem me testar já que ele é completo, como o Nate. Talvez ele não tenha o mesmo nível do Nate, mas é um cara que troca em pé e tem um bom chão. Então, acho que querem me testar e ver quem sairá vencedor para começar a trabalhar de novo a carreira.

Você acompanhava as lutas do Miller na IFL ou passou a acompanhar apenas agora?
Para dizer a verdade eu não acompanho muito as lutas de MMA, só vejo os meus amigos. Vejo luta do Rogério Minotouro, do Rodrigo Minotauro, do Júnior Cigano, do Wanderlei Silva. Outras lutas são difíceis de eu parar para ver. Vejo as lutas dos meus oponentes para montar uma estratégia, mas não tenho muita paciência para ver combates de outros atletas. To há muito tempo nesse ramo, muito tempo assistindo luta, então eu acabo assistindo mesmo as pessoas que são mais próximas, além dos meus oponentes.

Qual deve ser a estratégia do Miller contra você?
Ele vai tentar trocar um pouco, mas ele é um lutador basicamente de chão. Então, o natural dele é querer trocar (socos) e depois provar o jiu-jitsu. Não tem como, é o instinto dele. Mas acho que ele vai tentar também me dar porrada em pé.

Você prefere hoje acompanhar lutas de MMA ou de jiu-jitsu?
Depende. Gosto de ver qualquer luta boa de jiu-jitsu ou de MMA. O que eu não tenho saco às vezes é pegar um sábado à noite e ir com o pessoal ver as lutas a uma da manhã. Eu prefiro sair e ver depois apenas as lutas que me interessam.

O quanto você deseja lutar de novo contra o Nate?
Eu acho que um dia eu vou lutar com ele de novo. Mas vai ser no momento certo. Acho que agora essa luta não seria interessante para o UFC, nem para mim ou para o Nate. Mais pra frente, um dia a gente se enfrentará de novo.

A derrota para Nate mostra que você precisa dar mais ênfase ao seu jogo em pé?
Não foi por causa dele que eu passei a treinar em pé. Eu sempre treinei, desde que eu entrei no UFC eu sabia que tinha que ser profissional e me aperfeiçoar em pé, só que leva tempo para evoluir nessa parte. Continuo evoluindo e treinando em pé, mas acredito que na luta contra o Nate meu grande erro foi de estratégia e de concentração. Eu tive um pouco de falta de concentração e estrategicamente errei. Faltou experiência e por isso tentei chutar ele ali à toa, sem estar muito focado no começo da luta.

Você disse recentemente que atingiu o seu auge como lutador. O que te dá essa certeza e como você se comportará caso perca para o Dan Miller se sentindo na sua melhor forma? Isso não torna a derrota ainda mais frustrante?
Não. Eu não penso nisso, não. Não penso nem na derrota e nem na vitória. Para falar a verdade eu só penso em ir lá e lutar. Tem duas pessoas que vão pra lá e um vai ter que perder e o outro ganhar. Então não tem essa. Sou lutador e estou preparado para a vitória e para a derrota. Não vai me deixar mais depressivo ganhar ou perder. Vou fazer de tudo para ganhar. Sinto que a cada luta eu evoluo e melhoro tecnicamente. Nesses dois anos de UFC eu só tenho evoluido. É sempre uma subida. A cada luta me sinto melhor.

Vitor Belfort vs Anderson Silva, qual sua aposta?
Todo especialista que eu converso não se arrisca a dizer um vencedor. Muita gente que já treinou com os dois não sabe quem vencerá. O Vitor tem todas as condições de ganhar. Nessa luta ele será um corredor de 100 metros e o Anderson tem que ser um corredor de maratona. Para o Vitor é interessante partir pra cima logo, mas com cuidado para não ser atingido pelos contragolpes do Anderson. Mas é uma luta perigosa. Se ela for longa é mais para o Anderson.

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