Dez anos atrás o carioca Alexandre Cacareco já era apontado como um dos atletas mais duros no solo. E tinha um futuro promissor no MMA.
O tempo passou e um dos faixas-pretas de jiu-jitsu mais temidos da equipe Brazilian Top Team nos idos do ano 2000 ainda não pisou nos palcos mais valiosos das lutas.
Pior: com a falência do evento americano de médio porte International Fight League (IFL) em 2008, Cacareco ficou desempregado.
Quando a aposentadoria parecia ser a única saída para Cacareco, um convite para integrar a equipe Chute Boxe causou uma reviravolta na vida dele.
Com duas vitórias avassaladoras em 2009 e sete lutas invictas desde 2007, Cacareco disputará daqui a três meses o cinturão peso médio (84kg) do evento americano Shine.
O Shine Promotions é uma organização que tem investido bastante em atletas brasileiros. Além de Cacareco, lutam lá: Jorge Patino Macaco, Daniel Acácio, Luciano Azevedo, Roan Jucão Carneiro, Milton Vieira, Junior Buscapé Thiago Minú e Murilo Ninja.
Em um bate-papo com o blog Mano a Mano, Cacareco falou sobre a quase aposentadoria. Fez planos para 2010. E prometeu partir pra cima de qualquer adversário que o Shine puser em sua frente, mesmo que seja um brasileiro.
Cacareco está com 30 anos e, por ora, tem 18 vitórias e seis derrotas no cartel.
- Veja aqui Alexandre Cacareco vs. Rafael Monteiro
- Veja aqui Fabricio Werdum Vs. Alexandre Cacareco (luta de submission)
Palavras de Cacareco:
- Já to me preparando para a luta. Mas ainda não sei quem será o meu adversário. A luta deve acontecer no meio de fevereiro de 2010. To treinando duro na Chute Boxe, em Curitiba. Sei que meu oponente não será um brasileiro.
- Não tenho problema em lutar contra brasileiro. Porrada é porrada. Saio na porrada contra qualquer um, não tem esse negócio de pátria, não.
- Enquanto o Shine continuar com a proposta que me fez, eu continuo no evento. Não tenho outras pretensões, não. Eu quero lutar. Não importa em qual evento.
- A oportunidade de lutar fora surgiu através do Shine. A oportunidade apareceu para esse evento e eu to aproveitando. Quem sabe no futuro eu não vou para outro evento (UFC ou StrikeForce).
- Quase me aposentei este ano. Tava sem oportunidade de lutar, então comecei a ficar desanimado e pensei em fazer outra coisa, né. O tempo tava passando e as coisas não aconteciam. Faltava oportunidade e meu momento não chegava. Coisas do destino, a ajuda veio de onde eu menos esperava (pela Chute Boxe).
- Eu sou faixa-preta do Zé Mário (ex-líder da BTT). Antes da Chute Boxe eu tava com ele, junto ao IFL. Mas o IFL faliu. A gente voltou para o Brasil e eu fiquei sem equipe entre 2008 e 2009.
- Quando o Rudimar Fedrigo (líder da Chute Boxe) me ligou eu não acreditei. Fiquei uns cinco minutos pensando que era trote de alguém. Só acreditei quando vi o prefixo. Na verdade eu sempre tive uma relação boa com o Rudimar. Eu conheço o Rudimar desde 97 pra 98, quando ele tava formando a equipe dele. Já tinha Chute Boxe, mas não era tão conhecida. Eu sempre tive um bom relacionamento com ele. Com aquele negócio de rivalidade de equipe (a BTT e a Chute Boxe eram rivais) a gente perdeu um pouco o contato. Mas o Rudimar é um empresário muito sério. Me ligou e estendeu o braço pra mim. Sou muito grato a ele. Voltei ao circuito graças a ele. Quero frisar que sou muito grato a toda ajuda e suporte do mestre Rudimar.
- Eu quero lutar, não importa em qual evento. A competição é o emprego do atleta. Se ele não luta, tá desempregado. Eu não quero saber em qual evento vou lutar, só quero saber quanto (receberei por isso). Ai, eu luto.
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